Pirâmide de evidência científica deve orientar prática clínica, defende professora da Farmácia
Conhecimento do método é fundamental para combater a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada
No Brasil, o uso do medicamento ivermectina cresceu 857% de abril de 2020 a março de 2021, segundo o Conselho Federal de Farmácia. As compras de hidroxicloroquina, por sua vez, subiram 128% no mesmo período. Esses são alguns dos medicamentos que tiveram seu consumo aumentado após notícias de suposta eficácia no tratamento de covid-19.
O uso indiscriminado dessas drogas motivou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a publicar recomendação contra o uso da ivermectina no tratamento de pessoas com o coronavírus. A automedicação pode causar efeitos colaterais adversos que vão de diarreia a hepatite. A prática clínica, incluindo a escolha de fármacos para tratamento de doenças, deve ser sempre baseada em evidências científicas, como explica a professora da Faculdade de Farmácia da UFMG Mariana Gonzaga.
Entrevistada: Mariana Martins Gonzaga, professora da Faculdade de Farmácia da UFMG
Equipe: Victor Hugo Rocha (produção), Marcos Bispo (videografismo), Márcia Botelho (edição de imagens) e Jessika Viveiros (edição de conteúdo)