Professora da PUC Minas fala sobre autorrepresentação de Anne Frank registrada em seu diário
Seminário será realizado na Faculdade de Letras
Um dos relatos mais famosos sobre a Segunda Guerra Mundial, publicado em mais de 60 países e traduzido em cerca de 70 idiomas, O diário de Anne Frank é tema do seminário que será ministrado pela professora Denise Borille, da PUC Minas, na próxima quarta-feira, dia 15. O evento, gratuito, não necessita de inscrição prévia e começa às 15h30, no Auditório 2001 da Faculdade de Letras.
A professora relata que, desde sua pesquisa de doutorado, feita parcialmente na Inglaterra, tem-se dedicado a estudar narrativas de vida (life-writing). Essas narrativas abrangem relatos biográficos e autobiográficos, escritos em prosa ou em verso, além de textos memorialísticos, diários, testemunhos e cartas, entre outros gêneros.
Na apresentação de quarta, intitulada A escrita do eu em "O diário de Anne Frank", a professora vai expor resultados de sua pesquisa de pós-doutoramento, na qual analisa as diferenças entre as três versões existentes de O diário... no que diz respeito às nuances do "‘eu" em suas dimensões pública e privada. Segundo Borelli, Anne Frank é uma referência para outras jovens escritoras que denunciaram as guerras em suas narrativas de vida, como Malala Yousafzai, Zlata Filipovic e Farah Baker.
Durante o desenvolvimento de sua tese, mais especificamente para levantamento de dados biográficos e bibliográficos, a professora visitou a Fundação Anne Frank, fundada em Basel, na Suíça, em 1963, pelo pai de Anne, Otto Frank.
Criada com o intuito de divulgar a mensagem de paz da jovem escritora, a AFF disponibilizou seu acervo para consulta, que incluiu fac-símile do Diário, uma coleção de todas as biografias já escritas sobre Anne Frank e referências secundárias sobre a garota e sua família.
O seminário é promovido pelo Núcleo de Estudos Judaicos (NEJ), coordenado pela professora Lyslei Nacimento e vinculado ao Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da UFMG.