A história do livro no Brasil já foi contada por diversos autores, explorando as edições, as condições sociais que deram significado aos livros e mesmo estudos de público consumidor. Mas apesar disso, uma parte dessa história ainda não amplamente contada, talvez até subnarrada, é o papel que as mulheres desempenharam, tanto nas decisões rotineiras quanto na linha de frente das publicações.

Pensando nesse apagamento histórico e também no resgate dessa memória, a professora, poeta e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) Ana Elisa Ribeiro realiza pesquisa sobre história da edição no Brasil, em especial narrando as trajetórias das mulheres. Desde a participação em congressos e seminários sobre o tema, dentro e fora do país, até colaborações para revistas e periódicos e a publicação de livros, a professora é uma referência essencial para os interessados no tema.

No programa Universo Literário desta quinta, 13, a professora identificou o machismo como um dos fatores que naturaliza essa lacuna na história das mulheres editoras, uma questão que, segundo ela, não é exclusividade do Brasil e se faz presente em praticamente todo o mundo ocidental.

Ana Elisa Ribeiro ainda citou nomes importantes de mulheres editoras e explicou como seu trabalho muda a forma como a história da edição é contada. “A gente aumenta a história da edição no melhor sentido possível. Não é uma questão de inventar nada e não é uma questão também de tirar alguém do lugar. A gente não vai nesse sentido de concorrência. É no sentido de dizer ‘peraí, mas além desse e desse tinha também essa e ela fez coisas importantes’”, detalhou. Para acompanhar o trabalho de Ana Elisa Ribeiro e sua pesquisa, acesse o site da docente.

Produção: Laura Portugal e Marden Ferreira, sob orientação de Luiza Glória

Publicação: Alessandra Dantas