Programa Conexões discute democratização e acessibilidade no ensino superior
Tema surgiu de fala preconceituosa do ministro da Educação Milton Ribeiro sobre inclusão nas escolas
Em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, na última semana, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que as universidades públicas deveriam ser “para poucos”. O ministro defendeu ainda que os institutos federais são os verdadeiros protagonistas do futuro, já que podem formar técnicos. Ainda nessa entrevista, Milton Ribeiro falou sobre a escola inclusiva. Disse que, no "inclusivismo", crianças com deficiência "atrapalham" o aprendizado de outros alunos sem a mesma condição. As falas de Ribeiro foram criticadas por parlamentares e diversas entidades que defendem um acesso amplo a uma educação inclusiva.
O programa Conexões desta quinta-feira, 19, debateu o tema e a fala do ministro da Educação, em entrevista com a professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG Regiane Garcêz, pesquisadora de ativismo sobre a comunidade surda. A professora explicou o caráter elitista e preconceituoso desse tipo de posicionamento, a importância da democratização da universidade, e falou também sobre formas de tornar o ensino superior mais inclusivo.
“A partir de 2005, foram criados os Núcleos de Acesso à Inclusão, com um trabalho de acesso de pessoas com deficiências, de ações afirmativas, como cotas raciais e de alunos do ensino médio público. É um trabalho que faz com que a universidade seja mais acessível para todas as camadas sociais e para as diferentes demandas, fazendo com que as universidades superem padrões de desigualdade construídos historicamente", explicou.
Ouça a entrevista com Regiane Garcêz no SoundCloud.
Produção: Laura Portugal, sob orientação de Luiza Glória
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael