Problemas na voz afastaram 189 professores da rede municipal entre agosto de 2016 e agosto de 2017. Tentar reduzir danos na voz e na audição dos docentes é o objetivo do projeto de lei 156/17, que propõe a criação do Programa Municipal de Saúde Vocal e Auditiva. Na prática, esse projeto daria aos cerca de 15 mil professores da capital a possibilidade de realizar exames preventivos na audição e na voz. Além disso, professores que já sofrem com os distúrbios terão tratamento gratuito.

"Não existe em BH um programa que prevê a prevenção e o tratamento dos problemas vocais e auditivos dos professores da rede municipal", afirma o autor do projeto, Doorgal Andrada (PSD). Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, ações como palestras, oficinas sobre problemas na voz e avaliações periódicas já são prestadas aos professores da rede. Já o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal (Sind-Rede BH) defende que o programa seja discutido com os professores.

Gritos e falas longas sem pausa podem comprometer o aparelho vocal dos professores. Com o tempo, a voz poderá passar por mudanças negativas, como se tornar mais grossa e áspera. "É fundamental que o profissional conheça os seus limites vocais", alerta o fonoaudiólogo Tiago Costa, conselheiro do Conselho Regional de Fonoaudiologia de Minas Gerais.