Biscoito, queijo e óleo: ICA investe na riqueza do pequi
Pesquisas e projetos de extensão serão expostos em festa que tem o fruto como tema
Neste fim de semana, 10 e 11 de março, estudantes, professores e técnicos do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) vão participar da 27ª Festa Nacional do Pequi, em Montes Claros, onde apresentarão resultados de pesquisas e trabalhos de extensão que têm como tema o fruto que simboliza a região. As atividades serão realizadas na Praça da Matriz.
A estudante de Engenharia de Alimentos Thalita Cordeiro é uma das expositoras. Ela é autora de uma fórmula de biscoito que aproveita a castanha que fica na semente do pequi. “A castanha, parte normalmente menos valorizada do fruto, gera um produto alimentício nutritivo e sem glúten”, informa.
As propriedades do queijo tipo mascarpone, feito com óleo de pequi, também serão demonstradas. A pesquisa é de outra estudante do curso, Maria Luiza Duarte. Segundo ela, o alimento é útil para a prevenção de doenças. “Repleto de nutrientes, o óleo de pequi enriquece o queijo, incrementa sabor, aroma e textura. Além disso, contém ácido oleico, que protege contra os males do colesterol”, comenta.
No estande, também serão apresentados resultados de pesquisa e tecnologias de propagação de espécies nativas do Cerrado desenvolvidas pelo Grupo de Estudos em Frutíferas Exóticas e Nativas (Gefen), em parceria com o Viveiro de Mudas Frutíferas Ornamentais e Silviculturais, ambos do ICA. O viveiro também produz e vende mudas de plantas, que estarão expostas durante o evento. Essas atividades são desenvolvidas por meio de projetos de pesquisa, ensino e extensão, sob a coordenação do professor Paulo Sérgio Nascimento Lopes.
Extração de óleo
A Oficina de Extração de Óleos do Cerrado no Solar dos Sertões será ministrada no sábado pelo técnico do Laboratório de Óleos do ICA Teddy Marques. Segundo ele, as cápsulas da substância são utilizadas como anti-inflamatório e têm potencial energético e outras funções. “Outros óleos, como o de buriti, são utilizados pela indústria de cosméticos. Já o de macaúba é aplicado na fabricação de biocombustível”, completa.
No laboratório, são desenvolvidas pesquisas com foco no desenvolvimento de métodos de extração e análise da qualidade de óleos do cerrado. Os resultados dos estudos subsidiam o trabalho com populações rurais. De acordo com Teddy, aproximadamente 15 comunidades da região são envolvidas.
No estande da UFMG, também serão sorteadas mudas de espécies nativas, produzidas no campus do ICA. Estudantes, técnicos e professores apresentarão resultados de pesquisa sobre a biologia do pequi.
A Festa do Pequi é realizada pela Prefeitura de Montes Claros, em conjunto com o Governo de Minas Gerais, e conta com o apoio do Centro de Agricultura Alternativa (CAA) e do Conselho Diretor Pró-Pequi.