O que você faria com 1 bilhão de reais? Ou, sendo um pouco mais modesto e um pouco mais técnico, 926 milhões? Se você imagina que com esse valor as únicas opções são carros de luxo, imóveis, restaurantes caros, saiba que tem gente comprando arte por esse valor. A pintura 'Shot Sage Blue Marilyn', ou em tradução livre "Marilyn em sálvia-azul alvejada", do artista americano Andy Warhol, baseada em um retrato de Marilyn Monroe, foi leiloada pelo valor de R$ 195 milhões, que na conversão do dia do leilão, na semana passada, equivale à R$ 926 milhões. Esse valor bateu o recorde de maior valor pago por uma obra de um artista norte-americano, e também o de obra mais cara do século 20, superando “As mulheres de Argel” de Pablo Picasso. E se você acha que esse valor já foi surpreendente, a expectativa da casa de leilões era de que o quadro fosse vendido por US$ 200 milhões, valor que superaria R$ 1 bilhão. A icônica obra de 1 metro quadrado vem da coleção da Fundação Thomas e Doris Ammann, e todos os lucros da obra serão revertidos para a entidade, que se dedica a melhorar a vida de crianças ao redor do mundo. O responsável pela arte dos séculos 20 e 21 da casa de leilões chamou o quadro de “a pintura mais importante do século 20 a ser leiloada em uma geração”, e comparou a peça com a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Esses valores astronômicos reacendem questionamentos sobre o valor da arte e o processo de precificação e comercialização dessas obras. 

O programa Noite Ilustrada conversou sobre o assunto com o jornalista, historiador e idealizador do blog sobre arte e cultura “Isso Compensa”, professor Homero Nunes.

Ouça a conversa com o apresentador Luiz Fernando Freitas:

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