A professora Denise Morado da Escola de Arquitetura da UFMG publicou o livro “O sistema de exclusão na cidade neoliberal brasileira”, pela editora Lutas Anticapital. Denise Morado é coordenadora do Grupo de Pesquisas PRAXIS e também residente do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares da UFMG (IEAT). O eixo chave de discussão da publicação é a exclusão provocada pela cidade neoliberal e a necessidade de desnaturalizar esse sistema de exclusão. Na obra, a autora apresenta os instrumentos metodológicos que desvendam como funciona essa exclusão nas cidades e a reação dos dominados às práticas excludentes. 

As motivações para a pesquisa partiram de uma inquietação de Denise Morado, que observou que a exclusão não é uma consequência natural dos acontecimentos históricos, mas uma estrutura historicamente construída. “O direito de existir é um direito anterior ao direito à cidade, ou o direito à vida urbana. Precisa ser dado a nós o direito de existir, que nada mais é que agir e pensar livremente na cidade. Meu argumento principal é desnaturalizar essa exclusão como resultado do processo e demonstrar a exclusão como uma estrutura em sintoma que vem impedindo o direito de existir”. 

O livro é dividido em cinco parte. Na primeira, as ideias iniciais para desnaturalizar a exclusão são caracterizadas e ambientadas e já na segunda parte, 'Propriedade', Denise Morado parte de seis aspectos que nos diferenciam: a raça, a linguagem, o gênero, a religião, a terra e a renda, para que o que nos reparte e distancia a princípio possa ser matéria prima para a mudança que a cidade precisa. “Se olharmos para aquilo que nos diferencia como potência de transformação, nós podemos enfrentar e dar um significado a essa exclusão e pensar na possibilidade de transformar a cidade. É isso que eu chamo de desnaturalizar a exclusão”, enfatizou a pesquisadora.

O livro que foi assunto da entrevista foi publicado pela Editora Lutas Anticapital e está disponível para compra no site da editora.

Produção: Jaiane Souza e Luiza Glória
Publicação: Isadora Oliveira, sob orientação de Luíza Glória