Institucional

Articulação e recursos humanos e financeiros são centrais para a inovação, defende Sandra Goulart

Reitora da UFMG participou hoje de encontro do Fórum Minas Gerais pela Ciência, promovido pela ALMG e sediado no campus Pampulha

Auditório da Face recebeu representantes de diferentes setores da sociedade
Auditório da Face recebeu representantes de diferentes setores da sociedade Foto: Willian Dias | ALMG

Financiamento contínuo e sustentável, valorização e fixação de recursos humanos, atenção aos marcos legais e articulação entre os diversos atores – governos, universidades, empresas, parlamentos – são pontos centrais para a discussão de uma política de ciência, tecnologia e inovação, defendeu, na manhã de hoje (sexta, 11 de outubro), a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, durante evento promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no campus Pampulha.

Autoridades, dirigentes universitários e pesquisadores estiveram reunidos para o sétimo e último encontro do Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência – por um desenvolvimento inclusivo e sustentável, organizado pela ALMG com quase 50 entidades parceiras. Nos últimos dois meses, a iniciativa percorreu todo o estado, e o objetivo é construir a Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. A reunião foi conduzida pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG.

Diante da visão geral de que Minas pode ocupar lugar de maior destaque entre os estados com maior produção científica e índices mais altos de inovação e desenvolvimento – o estado é o sexto no ranking do Ibid –, Sandra Goulart recomendou que Minas estude o que estão fazendo de positivo estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

“O sistema de CT&I é complexo, incluindo aspectos diversos como infraestrutura de pesquisa, investimentos públicos e privados, atuação dos órgãos de controle”, afirmou a reitora da UFMG, acrescentando que é preciso superar a burocracia e travas legais que muitas vezes levam à perda de oportunidades de aplicação das verbas destinadas à ciência. Ao parabenizar a Assembleia pela iniciativa do debate amplo sobre uma política para o setor, Sandra Goulart salientou que “Minas Gerais tem vocação para o conhecimento e a ciência, e um enorme potencial que precisa ser mais bem aproveitado”. “E devemos praticar mais a diplomacia científica, divulgar mais e melhor o nosso estado, nossa capacidade de realizar pesquisa e inovação”, ela completou.

Sandra Goulart em apresentação no Fórum Minas pela Ciência
Sandra Goulart em apresentação no Fórum Minas pela Ciência Foto: Luiz Rocha | Comunicação/Gabinete da deputada Beatriz Cerqueira

Objetivos definidos e lastro financeiro
Em entrevista à TV Assembleia, a deputada Beatriz Cerqueira ressaltou que a organização do Fórum, compartilhada por mais de 40 instituições, conseguiu reunir diferentes setores da sociedade em prol da agenda da CT&I. “Essa pauta deve estar permanentemente no orçamento, única forma de obtermos resultados de longo prazo. Deve ser política de Estado para que tenhamos como retorno mais desenvolvimento para todas regiões de Minas Gerais”, ela disse   

Outro integrante da mesa da manhã, ao lado da reitora Sandra Goulart, o secretário adjunto de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas do Ministério do Planejamento e Orçamento, Wesley Matheus de Oliveira, citou elementos que devem ser considerados num plano como o que está sendo elaborado para Minas Gerais. “É preciso que se envolvam os governos federal, dos estados e dos municípios, definir objetivos claros – como, por exemplo, encontrar saídas para o declínio do minério de ferro ou enfrentar o aumento das regiões áridas e semiáridas do estado –, ter assegurado lastro financeiro e acordar sobre os papéis dos diversos atores”, afirmou o secretário.

O encontro teve participação também de autoridades como o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, Lucas Mendes Soares, e o presidente da Fapemig – a Fundação de Apoio à Pesquisa de Minas Gerais –, Carlos Alberto Arruda. Arruda ressaltou a importância do diálogo da ciência com a sociedade, do estabelecimento de redes, da formação de cientistas inovadores, da abordagem transdisciplinar e da geração de inovação por parte das empresas, que deve se somar à produção das universidades.

Análise e priorização das propostas
O evento de hoje contempla as regiões Metropolitana de Belo Horizonte, Central e Centro-Oeste. O fórum já passou por Diamantina, Montes Claros, Viçosa, Lavras, Ipatinga e Uberlândia. Após as palestras, grupos de trabalho discutiram propostas baseadas em quatro eixos: estrutura da política de ciência, tecnologia e inovação no estado; desenvolvimento social e qualidade de vida; natureza e sociedade; cidades inteligentes, sustentáveis e criativas. O pró-reitor de Pesquisa da UFMG, Fernando Reis, integra a comissão que trabalha na formulação do plano e na organização dos encontros regionais.

De 25 a 27 de novembro, será realizada a etapa final do Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência, na qual representantes eleitos nos encontros regionais vão analisar e priorizar as propostas para subsidiar o futuro Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. Essa etapa será sediada no Parlamento mineiro.

Itamar Rigueira Jr. | Com Portal da ALMG e Gabinete da Deputada Beatriz Cerqueira