Solenidade celebra parceria da UFMG com montadora
Integração com a Fiat-Chrysler foi responsável por formação de pesquisadores e geração de conhecimento para ambas as instituições
Há seis anos, quando Alexandre Bracarense, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG, ainda prestava serviços à Fiat Chrysler Automobiles (FCA), pelo programa federal Inovar-Auto, notou que muitos funcionários da montadora tinham o potencial de se tornarem pesquisadores, muito por conta da diligência e proatividade na solução de problemas. Dois anos mais tarde, teve início o primeiro Programa Residência Tecnológica FCA – Universidades, que integrava instituições de ensino com a montadora na promoção de ensino e de novas tecnologias.
Neste ano, o projeto chegou ao fim. Em celebração, será realizada nesta terça, 11, às 20h, a cerimônia de encerramento do 1° Programa Residência Tecnológica FCA, no auditório principal da Escola de Engenharia. Estarão presentes ex-alunos, funcionários e gestores do grupo FCA.
De acordo com Bracarense, após ter sua atenção despertada para o perfil de pesquisador de alguns dos colaboradores, ele sugeriu a implantação de um programa que pudesse introduzi-los à pesquisa. "Por conta da rotina de trabalho, era inexequível trazê-los à academia. Em conversa com os gerentes, apresentei os benefícios de um mecanismo de integração entre universidade e empresa, principalmente com relação à geração de tecnologia e inovação." Em 2016, após aprovação do corpo gerencial da FCA, o programa teve início.
Alunos de cursos de mestrado da UFMG e de outras universidades tiveram a oportunidade de participar da iniciativa. O programa foi dividido em duas etapas: durante o primeiro ano da pós-graduação, os estudantes frequentavam as aulas e desenvolviam o escopo de trabalho para a dissertação; no segundo ano, passavam a desempenhar atividades na própria montadora, juntamente com os outros funcionários.
Bracarense destaca que a imersão propiciava o crescimento mútuo. "No trabalho conjunto, funcionários e estudantes se ajudavam. Os alunos instigavam os funcionários, que, por sua vez, os auxiliavam nas tarefas diárias." Nas unidades, os estudantes eram acompanhados por coordenadores que davam suporte para a execução das atividades.
Atuaram também neste primeiro programa estudantes das universidades federais de Uberlândia e Pernambuco, da USP e da PUC Minas. Na UFMG, por meio da Fundação Christiano Ottoni (FCO), foram ofertadas 27 bolsas mensais para os mestrandos. Durante o processo, oito alunos chegaram a ser contratados pelo grupo FCA.
Segundo o docente, o programa foi vanguardista em muitos aspectos, uma vez que incentivou a parceria entre universidades e grandes empresas na geração de conhecimento para ambas as instituições. "Tivemos, nas apresentações das dissertações, excelentes trabalhos, chegando a registrar uma patente. Muitos funcionários participaram das bancas." Bracarense destaca que o intuito é manter e expandir o programa nos próximos anos. "Temos conversas avançadas para a realização de uma segunda edição, com mais bolsas e oferta para alunos do doutorado."