No último domingo, 12 de maio, o goleiro do Vasco da Gama, Sidão, foi alvo de críticas e de memes na internet por falhas cometidas na partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro 2019. Ocasiões como esta são frequentes no meio futebolístico internacional: goleiros são regularmente responsabilizados por derrotas e raramente são vistos como heróis de seus clubes. Para abordar a preparação e pressão sofrida por estes atletas, conversamos com o professor do Centro de Estudos em Cognição e Ação e do UFMG Soccer Science da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Gibson Praça, o mestrando Cristiano Murta e o goleiro Gustavo Xaulim estudante da UFMG, para desmitificarem algumas questões vinculadas ao tema, além de abordamos as pesquisas vinculadas a posição dentro da academia. Confira no vídeo abaixo:

Pelas especificidades de sua posição, a rotina de treinamento dos goleiros é diferente dos outros jogadores. Os arqueiros sofrem uma pressão grande por estarem vinculados aos resultados das partidas, tornando a posição única em que um erro é, diretamente, “fatal” para a equipe. Cristiano Murta atuou como goleiro até os 21 anos, quando ingressou no curso de Educação Física, e passou a atuar como preparador de goleiros. Já formado, Cristiano foi convidado a atuar na base do Cruzeiro, onde permanece até os dias atuais. Segundo ele, o trabalho de um preparador de goleiros é muito completo, pois compreende o treinamento técnico, tático, físico e psicológico do jogador, tornando-o assim um cargo essencial para a equipe. Cristiano salientou que existem diferenças de conteúdo de treinamento na preparação de um goleiro de base em comparação com os profissionais uma vez que estão em processo de aperfeiçoamento do seu desempenho.

Atualmente, Cristiano investiga fatores que culminam no sucesso dos goleiros em situações de pênalti, em dissertação de mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Ciência do Esporte UFMG. De acordo com ele, a UFMG ocupa um local importante no estudo acadêmico do futebol com grupos de estudos renomados, como o UFMG Soccer Science e o Centro de Estudos em Cognição e Ação. Cristiano salientou que as pesquisas vinculadas ao esporte têm se desenvolvido muito e mudado o perfil dos profissionais do futebol. Para ele, são muitos os conhecimentos obtidos na Universidade que ele já pode aplicar em sua rotina como profissional. Ele também destaca que a área tem muito a somar ao futebol.

Entrevistados: Gibson Praça – Professor pelo Depto de Esportes UFMG, Cristiano Murta – Mestrando pelo PPGCE UFMG e Gustavo Xaulim – Aluno de Medicina Veterinária UFMG.

Ficha Técnica: Frederico Gandra (produção e reportagem), Renato Temponi (reportagem), Ravik Gomes (imagens), Antônio Soares (imagens), Cássio de Jesus (imagens), Kennedy Sena (edição de imagens), Ruleandson do Carmo (edição de conteúdo) e Pablo Nogueira (edição de conteúdo).