Institucional

UFMG atua em fóruns de reitores do Brics+ no Rio e em Brasília com foco na cooperação Sul-Sul

Reitora Sandra Goulart coordenou sessões multinacionais de debates e participou de mesas voltadas para o fomento do desenvolvimento colaborativo no ‘Espaço Brics’

Fórum de Reitores das Universidades do Brics+
Sandra no Fórum de Reitores das Universidades do Brics+: foco no estreitamento de cooperações Sul-SulFoto: Raphael Medeiros

Ainda nem chegamos à metade de junho, mas o mês já parece ser o mais intenso do ano para a UFMG até agora – ao menos no que diz respeito à desejada aproximação entre a Universidade e as instituições de ensino dos demais países do Brics. Representada por sua reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, a Universidade participou nos últimos dias de três grandes fóruns internacionais de reitores realizados no Brasil – todos com foco nesse estreitamento de laços, no âmbito da educação superior, entre o Brasil e os países que integram o Brics.

A maratona começou no dia 3, terça-feira, com a participação da UFMG no Fórum de Reitores Brasil-China, realizado em Brasília. Promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pela Associação Chinesa de Educação para Intercâmbio Internacional (CEAIE), o evento reuniu quase 200 representantes de instituições de ensino superior e dos governos de suas respectivas nações, em torno da meta de fomentar novas ações de cooperação internacional e de fortalecer as parcerias acadêmicas, científicas e de inovação já em curso.

No evento, Sandra mediou uma mesa com o tema Desenvolvimento colaborativo dos setores industriais e educacionais. “Nós nos reunimos com lideranças acadêmicas da China e do Brasil com o objetivo de fortalecer as parcerias entre as instituições de ensino superior dos dois países, promovendo novas colaborações, programas conjuntos de pesquisa e intercâmbios acadêmicos. Com as instituições chinesas, compartilhamos a visão do papel estratégico da educação no enfrentamento de crises e na construção do futuro por meio do estreitamento de cooperações Sul-Sul”, diz a reitora.

A participação da UFMG no evento ocorre na esteira da viagem à China realizada pela reitora da UFMG no fim de maio, para a construção de acordos para novas ações conjuntas entre as universidades dos dois países. Também se destaca, como acontecimento em certa medida precursor da série de fóruns realizados neste mês, a escolha da UFMG, pela Capes, para integrar a Rede de Universidades do Brics (Rede Brics-NU) na área de ciências humanas e sociais, o que possibilitará que a UFMG se candidate a futuras ações de fomento realizadas pelo consórcio.

Brasil, Rússia e Bielorrússia
Cerca de 48 horas depois, no dia 5, Sandra representou a UFMG no Fórum dos Reitores da Liga das Universidades do Brasil, da Rússia e da Bielorrússia, evento que antecedeu o 2º Fórum de Reitores das Universidades do Brics+. No evento, os dirigentes presentes debateram mecanismos para a aproximação entre os povos dos três países no âmbito da língua e da cultura. Deste evento, a reitora da UFMG participou também como vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), representando a entidade.

“Tenho especial apreço por esse Fórum, porque contribuí com os esboços das parcerias estratégicas com universidades da Rússia e Bielorrússia em 2023, quando era presidente da Comissão de Relações Internacionais da Andifes, dando seguimento às conversas iniciadas em 2022 com as Embaixadas do Brasil em Moscou e em Minsk”, conta a reitora. Na época, Sandra integrou uma missão de reitores brasileiros à Rússia, movimento que resultou na instituição da liga entre os três países.

“No encontro, falei um pouco do histórico dessa cooperação, das suas potencialidades e do que pretendemos fazer para ampliá-la”, conta Sandra Goulart. “Um tema central para nós é a transição energética e a sustentabilidade por meio do fortalecimento da educação. Propomos também uma reflexão sobre as oportunidades, mas também sobre os enormes desafios da inteligência artificial. Merece destaque o compromisso do bloco Brics com o apoio às ciências humanas”, demarca a reitora.

Além dela, o diretor de Relações Internacionais da UFMG, Aziz Tuffi Saliba, professor da Faculdade de Direito, também representou a UFMG no evento. Aziz coordenou a primeira sessão temática do período da tarde, da qual participaram Viсtor Stempitsky, representante da Universidade Estatal de Informática e Radioeletrônica da Bielorrússia (BSUIR), Vladimir Shapovalov, representante da Escola Internacional de Negócios do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO), e Dácio Roberto Matheus, reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Fórum de Reitores das Universidades do Brics+
Por fim, nos dias 6 e 7, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida participou do 2º Fórum de Reitores das Universidades do Brics+, evento realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com participação de mais de 300 pessoas e representantes da comunidade científica de 11 países. As atividades do fórum tiveram vez no Museu do Amanhã, equipamento cultural que projeta tematicamente o interesse do país e do mundo de refletir mais detidamente sobre “os caminhos que se abrem diante de nós”, como se anota no site do museu, e sobre o modo como as escolhas do presente acabam moldando o futuro e suas possibilidades.

Fórum de Reitores das Universidades do Brics+

Fórum de Reitores das Universidades do Brics+

Fórum de Reitores das Universidades do Brics+

Fórum de Reitores das Universidades do Brics+
Fórum foi oportunidade para que UFMG firmasse uma série de novos acordos de cooperaçãoFotos: Raphael Medeiros

Realizado pela primeira vez no ano passado, em Moscou, o Fórum de Reitores das Universidades do Brics+ visa fortalecer os vínculos entre as instituições de ensino superior dos atuais participantes do grupo, com vistas justamente à construção desse futuro mais integrado e sustentável projetado pelo Museu do Amanhã. A reitora da UFMG coordenou uma sessão de discussões na sexta-feira, 6, na qual se tratou da “criação de caminhos para uma melhor cooperação universitária no Espaço Brics”, como ela mesma relata.

O evento contou com a participação, enquanto observador, de Konstantin Mogilevsky, vice-ministro da Ciência e do Ensino Superior da Rússia. Além dele, também participaram, do exterior, Heri Hermansyah, liderança da Universidade da Indonésia, e S. G. Sreejith, liderança da O.P. Jindal Global University (JGU), universidade da Índia. Do Brasil, integraram a mesa de debates Alfredo Marcelo Gomes, reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Rui Vicente Oppermann, diretor de relações internacionais da Capes.

“O encontro foi uma oportunidade estratégica para o fortalecimento de nossas parcerias bilaterais e multilaterais”, afirma a reitora da UFMG. “Assinei acordos de cooperação entre a UFMG e a ⁠Universidade da Indonésia, a Universidade Estatal de Planejamento Fundiário (Rússia), a Universidade Estatal de Adigue (Rússia) e o Instituto Estatal da Língua Russa Pushkin (Rússia). Queremos impulsionar a internacionalização da educação superior, ampliando o diálogo intercultural e a construção coletiva de soluções para desafios globais comuns”, informa Sandra Goulart Almeida.

O encontro foi encerrado com uma declaração conjunta de compromissos de curto (até 2027) e de médio prazos (até 2030), conforme informa a UFRJ nas notícias veiculadas em seu site e em suas redes. “O documento evidenciou a preocupação com a sustentabilidade financeira dos programas de cooperação (prevendo desde a criação de um catálogo de bolsas universitárias com fontes de financiamento acessíveis para docentes e alunos até o estabelecimento de um Fundo de Cooperação Acadêmica do Brics, voltado para o financiamento de parcerias de longo prazo e para o incentivo à inovação)”, anota-se no site da federal do Rio.

Além disso, está prevista a criação de uma Rede Universitária de Saúde Pública entre os países do bloco, com o objetivo de coordenar pesquisas e compartilhar dados e estratégias de ação. De modo geral, mais de 30 compromissos foram distribuídos nas sete linhas temáticas que organizaram os dois dias de debates: políticas linguísticas; transição energética e sustentabilidade; saúde e qualidade de vida; inteligência artificial e educação; combate à pobreza; cooperação acadêmica e científica; inovação.

‘Plataforma estratégica’
O Fórum de Reitores das Universidades do Brics+ é hoje a principal plataforma estratégica para a cooperação acadêmica e científica entre as universidades dos países membros do Brics+, agrupamento que inclui tanto os membros fundadores (Brasil, Rússia, Índia e China) quanto os membros que entraram posteriormente (África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã). A presente edição do evento foi realizada em parceria com a Andifes e com o Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino do Estado do Rio de Janeiro (Friperj).

“É importante destacar que todos esses três eventos ocorreram no âmbito da presidência que o Brasil exerce atualmente do Brics”, destaca a reitora Sandra. “No ano passado, uma das questões que surgiram nas declarações dos ministros foi justamente a da importância de se incluir o setor educacional, e principalmente as universidades, nessa cooperação entre os países do grupo, já que temos esse impacto tão importante no desenvolvimento social e econômico dos nossos países. É com vistas a realizar essa meta que realizamos essa série de fóruns neste mês”, completa a reitora.

Com o mote Educação, inteligência artificial, sustentabilidade, inclusão, diversidade, combate à pobreza e normatização no Espaço Brics+, os debates do Fórum de Reitores das Universidades do Brics+ ocorreram tendo em vista quatro grandes objetivos formais: fortalecer a colaboração entre instituições de ensino superior dos países participantes; promover a ciência, a tecnologia e a inovação como pilares do desenvolvimento; estimular o intercâmbio acadêmico e científico entre universidades; fomentar soluções conjuntas para desafios globais, como cidades inteligentes e desenvolvimento sustentável; consolidar uma rede internacional de universidades comprometidas com o futuro da educação e da pesquisa.

Conforme se informa no site da UFRJ, a terceira edição do encontro já tem data e local para acontecer: será em Minsk, capital da Bielorrússia, em 2026, garantindo a continuidade das discussões, “sob a visão comum de promover a educação, a pesquisa e a inovação como pilares para o desenvolvimento inclusivo, a sustentabilidade e a cooperação global”.

Rui Vicente Oppermann, da Capes, Alfredo Marcelo Gomes, reitor da UFPE, Sandra, Heri Hermansyah, da Universidade da Indonésia, e S. G. Sreejith, da O.P. Jindal Global University
Rui Vicente Oppermann, da Capes, Alfredo Marcelo Gomes, reitor da UFPE, Sandra, Heri Hermansyah, da Universidade da Indonésia, e S. G. Sreejith, da O.P. Jindal Global University Foto: Raphael Medeiros

Ewerton Martins Ribeiro