UFMG começa a planejar retomada das atividades acadêmicas
Retorno será feito de forma organizada e coletiva, afirma reitora Sandra Goulart Almeida
As pró-reitorias acadêmicas e as câmaras do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) iniciaram discussões para adotar medidas de curto, médio e longo prazo com vistas ao planejamento para retomada das atividades na UFMG. Esse movimento cumpre deliberação da última reunião do Cepe, realizada por videoconferência na quinta-feira, dia 14.
“No momento, não é possível prever datas para o retorno de atividades presenciais, mas o Cepe avaliou que é fundamental que a reflexão sobre as atividades acadêmicas e o planejamento de retomada, que exigirá uma construção conjunta, seja iniciada em amplo diálogo com a comunidade acadêmica e com os órgãos colegiados, com base nos critérios de qualidade e inclusão que sempre balizaram as ações da UFMG”, afirma a reitora Sandra Goulart Almeida, presidente do órgão.
De acordo com a reitora, o retorno das atividades presenciais se dará “de forma organizada e coletiva”, segundo as diretrizes do próprio Cepe, ao qual também caberá rever o calendário acadêmico de 2020 quando for recomendado pelas autoridades sanitárias. “O semestre não será cancelado”, sublinha Sandra Goulart Almeida.
Ela informa, ainda, que o comitê da UFMG de enfrentamento ao novo coronavírus também está trabalhando no estabelecimento de protocolos sanitários gerais que deverão ser discutidos pelas unidades e ambientes administrativos e acadêmicos.
Acesso à internet
A retomada certamente se dará em bases diferentes das que vigoravam antes da pandemia – o chamado “novo normal” –, e um dos aspectos que emergirá nessa nova configuração é a possível ampliação das atividades a distância. Isso, no entanto, também será feito com muita parcimônia e diálogo com a comunidade e com os órgãos colegiados. “Além dos dados que a UFMG já levantou, haverá uma consulta à comunidade discente sobre as condições de acesso à internet e possibilidade de participação remota em atividades não presenciais”, diz Sandra Goulart.
A Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI) tem trabalhado para aumentar a capacidade de acesso à internet pelos integrantes da comunidade, assim como de processamento dos sistemas Siga e Moodle, por meio de investimento em infraestrutura. “A UFMG também encaminhou à Secretaria de Educação Superior do MEC solicitação de recursos adicionais de capital para fazer frente às necessidades de melhoria de infraestrutura de tecnologia da informação em nossos campi”, informa a reitora.
Consultas
As primeiras orientações sobre esse planejamento constam de ofícios encaminhados pelas pró-reitorias aos setores acadêmicos da UFMG. Por meio desses comunicados, a Administração Central busca se informar sobre a capacidade de oferta de atividades a distância (no caso da graduação, pós-graduação e extensão) e a infraestrutura de pesquisa (unidades). Esses setores deverão responder às solicitações até 1º de junho.
Em seu comunicado, a Pró-reitoria de Graduação faz uma detalhada consulta aos colegiados de graduação para identificar, por exemplo, a capacidade de oferta de atividades acadêmicas a distância e de acesso e domínio, pelos docentes e discentes, de ferramentas computacionais e práticas pedagógicas que se valem de tecnologias digitais.
Orientações semelhantes foram transmitidas pela Pró-reitoria de Pós-graduação, que solicitou aos colegiados dos programas de pós-graduação e cursos de especialização que encaminhem uma análise sobre as atividades que poderiam ser oferecidas a distância neste ano e quais só poderiam ser ministradas presencialmente.
A Pró-reitoria de Extensão, por sua vez, recomenda que coordenadores e conselheiros dos centros de extensão reflitam sobre as especificidades de suas unidades, informando atividades passíveis de serem realizadas remotamente, considerando a acessibilidade e a anuência das pessoas envolvidas. Uma primeira avaliação nesse sentido será feita nesta quinta-feira, 21, em reunião da Pró-reitoria com os coordenadores dos centros de extensão.
Por fim, a Pró-reitoria de Pesquisa pede que seja feito um levantamento sobre as especificidades de pesquisa, como infraestruturas dos espaços e laboratórios, rotinas, ocupação física (densidade), número de laboratórios e necessidades especiais de biossegurança. Essas informações vão subsidiar a elaboração de protocolos para o exercício de atividades presenciais nesses ambientes.