A atuação da UFMG diante da pandemia do novo coronavírus tem mobilizado setores diversos para garantir a estabilidade e segurança da comunidade acadêmica. Um dos grupos que mais preocupa a instituição é formado por professores e estudantes de graduação ou pós-graduação em mobilidade internacional espalhados por instituições parceiras de todo o mundo. Diante desse quadro, a Universidade mantém processos de monitoramento das necessidades de cada indivíduo, considerando as características específicas das regiões nas quais estão inseridos. Além disso, importantes ações de atendimento remoto têm sido iniciadas, como a criação de um canal de comunicação direto e de um plantão psicológico.

Com intuito de melhor avaliar a situação particular de cada membro da UFMG residindo fora do Brasil por necessidades acadêmicas, a Diretoria de Relações Internacionais (DRI) e a Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG) uniram suas bases de dados para obter uma tabela detalhada do contexto atual. Nesse momento, a Universidade conta com 285 docentes e alunos em instituições parceiras de 30 países para realização de pesquisas, intercâmbios internacionais e participação em programas acadêmico-científicos.

“Estamos tentando olhar para as circunstâncias dos casos”, explica o diretor adjunto de Relações Internacionais, Dawisson Lopes. Como salienta o professor, a restrição de mobilidade é uma das dificuldades para a atuação junto ao corpo acadêmico no exterior. “É preciso avaliar a existência ou não de voos, a maior ou menor viabilidade de repatriação, já que a dificuldade de cruzar fronteiras é enorme nesse momento, além do fato de que alguns países não permitirão que as pessoas se desloquem internamente”. 

Apesar de a concentração de pessoas por país ser maior nos Estados Unidos (20 professores, 25 estudantes de pós-graduação e sete estudantes de graduação), é no continente europeu, onde os casos confirmados de Covid-19 já ultrapassam os 160 mil, que a maioria dos membros da UFMG se encontra, com um total de 170 indivíduos. Esse grupo está espalhado por 17 dos 50 países, com maior ocorrência em Portugal (38 indivíduos), França (31 indivíduos) e Alemanha (27 indivíduos).

Para Dawisson Lopes, a compreensão do contexto mundial é fundamental para que a UFMG opere com eficácia, mas a instituição vem prezando pelo atendimento universal e igualitário a todos os seus docentes e alunos em situação de mobilidade internacional. “Não existe uma localização priorizada. Estamos tentando atender a todos com o mesmo grau de atenção e cuidado. Cada caso tem sua especificidade e demanda intervenções particulares, com atenção a aspectos muito variados”, ressalta.

Canal direto de comunicação
Na última sexta-feira, 20 de março, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida enviou a cada uma das 285 pessoas identificadas pela DRI e pela PRPG palavras de apoio e conforto diante da vivência atípica de tempos “complexos e desafiadores”. A mensagem reiterou o compromisso da Universidade com o monitoramento de cada situação e com a atuação em conjunto com as autoridades sanitárias e educacionais locais e nacionais, além das instituições parceiras internacionais.

O comunicado assinado pela reitora também inaugurou um canal direto, “por meio do qual as demandas mais específicas dos membros de nossa comunidade no exterior possam ser conhecidas e, na medida de nossas capacidades, devidamente atendidas”. Realizada via e-mail, a comunicação será gerenciada pela DRI, que encaminhará todas as demandas ao setor pertinente da UFMG.

A mensagem termina com um lembrete de Sandra Goulart sobre a importância de que todos mantenham um acompanhamento das últimas notícias divulgadas pela Universidade sobre a pandemia: “Pedimos, ainda, que utilize com regularidade os canais de comunicação oficiais da Universidade – o portal da UFMG e os perfis em redes sociais – para atualizar-se sobre as ações mais recentes para prevenção e enfrentamento da doença do novo coronavírus realizadas pela UFMG”.

Atendimento psicológico
Uma segunda ação iniciada nos últimos dias para auxiliar indivíduos em mobilidade foi a criação de um plantão de atendimento psicológico online, via Skype e Whatsapp. Foi definido um grupo de professores e alunos de graduação e pós-graduação do curso de Psicologia para prestar apoio diante das inúmeras incertezas e temores que atingem os acadêmicos inseridos em situações de repatriação.

Até o momento, o serviço está sendo oferecido aos 285 brasileiros espalhados pelo mundo. Para participar, os interessados devem preencher um formulário, enviado por e-mail. Contudo, ao longo dos próximos dias, o plantão será estendido aos estrangeiros que estão na UFMG à espera de repatriação e aos migrantes domésticos, ou seja, pesquisadores e estudantes de outras cidades  que ainda não puderam voltar às suas cidades de origem, incluindo os beneficiados pelo Programa Permanente de Moradia Universitária.