A Comissão de Saúde Mental da UFMG, representada pelo seu presidente, o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira, e pela professora Andrea Maris Campos Guerra, do curso de Psicologia, participou, nos dias 12 e 13 de junho, do simpósio Novas direções de pesquisa em saúde mental global, promovido pela Rede Mundial de Universidades (WUN), na Universidade de Leeds, no Reino Unido.   

Moreira apresentou um estudo no qual foram abordados os desafios gerados pelo novo perfil discente da comunidade acadêmica: a maioria dos estudantes na modalidade de reserva de vagas, em situações de vulnerabilidade e risco social e econômico, com critérios que consideram baixa renda e raça/cor/etnia. Estudos apontam impactos negativos na saúde mental de pessoas em condições de iniquidade social, discriminação em função do gênero, raça/cor e classe social, bem como afetadas por diferentes formas de violência. 

Assim, o cenário exige a adoção de um conceito ampliado de saúde mental, associado à responsabilidade coletiva e ao bem-estar institucional, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), com investimento na cultura de acolhida ao sofrimento mental por uma rede envolvendo a comunidade acadêmica, a implementação de intervenções por meio de núcleos de acolhimento e a promoção da saúde mental com resultados positivos.

Saúde mental na UFMG
Desde 2010, a UFMG vem implementando uma série de projetos e ações e aprimorando, de acordo com a legislação, sua Política de Saúde Mental, que tem atuação em três eixos: construção de práticas e saberes, apoio técnico-pedagógico e informação e comunicação. Desde 2013, é promovida a Semana de Saúde Mental da UFMG, que tem caráter interdisciplinar, fomenta a discussão na comunidade acadêmica em torno da reforma psiquiátrica e no Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com instituições que dão sustentação à atenção pública psiquiátrica e psicológica às pessoas com sofrimento mental.

“A criação da Comissão de Saúde Mental é uma das iniciativas que consolidam o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2024-2029 e o compromisso da UFMG com o desenvolvimento de ações específicas para uma cultura da cidadania no cotidiano da comunidade acadêmica, orientada por três eixos: direitos humanos, saúde mental e acessibilidade e inclusão. Essas iniciativas colaboram na construção de condições sociais, acadêmicas e institucionais mais inclusivas e mais democráticas”, explica o vice-reitor.  

A WUN
A Worldwide Universities Network (WUN) é uma rede global líder de ensino superior e pesquisa formada por 24 grandes universidades, em seis continentes, em contextos geográficos e culturais diversos. O objetivo é fortalecer as universidades participantes, seu impacto e destaque por meio parcerias e de colaboração de pesquisa. O Fundo de Desenvolvimento de Pesquisa apoia pesquisas colaborativas de desenvolvimento sustentável em diversas áreas. A rede investe em pesquisadores em início de carreira e na educação, por meio de oportunidades de ampliação da rede profissional e de compartilhamento de experiências em pesquisa, como a Escola de Verão da WUN. 

A UFMG ocupa a vice-presidência da WUN, representada pela reitora Sandra Goulart Almeida. “A participação da Universidade na rede reforça a importância da instituição nos campos de ensino, pesquisa e extensão, promove intercâmbio de conhecimento e acesso dos pesquisadores a linhas de fomento e incentivos ao seu desenvolvimento pessoal e de sua rede profissional. As iniciativas da UFMG apresentadas no simpósio pelo professor Alessandro Moreira reforçam nossa preocupação e o compromisso em buscar o permanente aprimoramento nas ações de promoção da saúde mental de nossa comunidade”, afirma.