Arte e Cultura

Especialistas analisam presença do mito e da religião na modernidade

O teórico da literatura Luiz Costa Lima participa de colóquio, na próxima semana, organizado pela UFMG e pela PUC Minas

Escultura do artista catalão Jaume Plensa
Escultura do artista catalão Jaume Plensa John Reynolds / Creative Commons

Em algum tempo e contexto, vicejou a ideia de que a modernidade talvez levasse o Ocidente a superar a influência dos mitos e das religiões em sua concepção objetiva de mundo e na relação estabelecida com ele. De alguma forma, um resquício da perspectiva positivista – a de que essa superação era necessária e provável – ainda alcançou o século 21, de forma a tematizar, por exemplo, certo entendimento do papel da ciência nas sociedades.

Com o objetivo de colocar sob escrutínio a impertinência desse pressuposto, a Faculdade de Letras da UFMG e a PUC Minas uniram-se para realizar, na próxima semana, o 1º Colóquio mito, modernidade e religião. Segundo os organizadores, o evento “não se propõe a ressuscitar, num viés conservador ou nostálgico, tradições antirracionalistas, mas defender o reconhecimento das formas religiosas e míticas de pensamento”, ainda que considerando o caráter controvertido das relações estabelecidas entre elas e a racionalidade.

“No centro dessas discussões está a tentativa de mostrar que tanto o mito como a religião, tomados como formas de pensamento, não apenas sobreviveram aos avanços científicos e civilizatórios, mas assimilaram, cada qual à sua maneira, os processos de modernização”, escrevem os organizadores. 

O evento será realizado na segunda, 20, e na terça, 21, na unidade da PUC Minas que fica na Praça da Liberdade. O endereço é Avenida Brasil, 2.023, Edifício Dom Cabral, 6º andar, prédio 1 (auditório). A entrada é franca, e a participação dispensa inscrição.

Programação
A conferência de abertura será ministrada às 10h do dia 20 por Jeffrey Barash, do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, nos EUA, que tratará do tema Memória coletiva e finitude da compreensão histórica. Como debatedor, Barash terá Luiz Costa Lima, considerado o mais importante teórico da literatura em atividade no Brasil. Na parte da tarde, Costa Lima – que está completando 80 anos de vida e 50 de produção intelectual – ainda participa de uma mesa-redonda com outros pesquisadores.

Ainda no dia 20, às 17h, o professor Heinz-Peter Preußer, da Faculdade de Letras da Universidade de Bielefeld, na Alemanha, vai ministrar a conferência Mito como metanarrativa. Recepção da antiguidade e cultura popular no cinema contemporâneo. O professor da Faculdade de Letras Georg Otte será o debatedor da conferência. 

Uma mesa-redonda e duas conferências são as atividades programadas para o dia seguinte. A programação pode ser consultada no site do evento.

O colóquio é realização conjunta dos grupos de pesquisa Mito e Modernidade, da UFMG, e Religião, Tradição e Modernidade, da PUC Minas. A comissão organizadora do evento é formada pelos professores Georg Otte e Aline Magalhães, da UFMG, e Rodrigo Coppe Caldeira e Jonathan Goudinho, da PUC Minas.