Mais de três mil profissionais se revezam em plantões diurnos e noturnos para manter o funcionamento do Hospital das Clínicas da UFMG, que conjuga ações de ensino, pesquisa e inovação tecnológica reconhecidas internacionalmente. Para aprimorar a gestão de quase um terço desse contingente – 980 servidores que atuam no hospital, vinculados à Universidade por meio do Regime Jurídico Único (RJU) –, a UFMG e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) vêm aprimorando soluções para atender as demandas individuais e coletivas desses profissionais.

Uma dessas frentes são os plantões semanais presenciais estruturados pela Pró-reitoria de Recursos Humanos (PRORH) da UFMG para acolher e orientar os servidores sobre os processos relacionados à sua rotina funcional. O trabalho in loco é feito pela servidora Bianca Jaqueline Silva, lotada no gabinete da PRORH. “São diversos tipos de demandas, desde acesso ao computador para enviar um e-mail ao Departamento de Pessoal, até dúvidas sobre como acessar plataformas como o SouGov e o Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Essas dúvidas aparecem porque os processos relacionados aos servidores em RJU da UFMG são diferentes dos que normatizam a vida funcional dos trabalhadores da Ebserh”, explica Bianca Silva.

Desde 2013, quando o HC aderiu à rede Ebserh, muitos desafios foram postos para a gestão no que tange a recursos humanos, notadamente em razão das diferentes legislações que regulam o regime de trabalho dos servidores da UFMG (RJU) e o dos empregados públicos da Ebserh (CLT). “As regras são muito distintas. São mais de 80 chefias no hospital que precisam de capacitação para se apropriar das diferenças entre os diversos processos, como gestão da escala, afastamento, progressão, apuração de frequência e tantos outros”, pontua Renata Ferreira Soares, chefe da Divisão de Gestão de Pessoas do HC-Ebserh, instância onde atuam mais de uma centena de trabalhadores administrativos, vinculados tanto ao RJU quanto à Ebserh. “Como os sistemas são descentralizados, não temos acesso direto a algumas informações dos servidores em RJU. Assim, nossa seção de pessoal é muito dependente dos departamentos e da PRORH para encaminhar as demandas individuais dos servidores.”

Ainda na avaliação de Renata Soares, outra questão desafiadora é a falta de condições e acesso de muitos servidores aos recursos informatizados, como computadores, smartphones e aplicativos, até mesmo para manter seus próprios dados cadastrais atualizados.

Diante desse cenário, a servidora, que há 23 anos atua na gestão de pessoas do HC, vê com entusiasmo os plantões instituídos pela PRORH. “A presença da Bianca aqui, para atender a essas demandas individuais, com propriedade e transparência, está sendo muito importante para a gestão e, especialmente, para os servidores”, testemunha Renata.

Referência e pertencimento
A criação do plantão permanente atende uma demanda antiga dos servidores do HC, como conta a enfermeira Gisele Pimenta Mendes, do Laboratório de Reprodução Humana: “Fiquei extremamente satisfeita com os plantões da PRORH, porque nós, servidores da UFMG, realmente precisamos de uma pessoa por perto para tirar nossas dúvidas e nos ajudar. Assim que vi a informação sobre os plantões, divulgada na intranet, espalhei para os grupos de servidores, porque acho essencial esse serviço.”

Segundo Bianca Silva, a presença de um servidor como referência da PRORH no HC “é importante para que os servidores se sintam acolhidos. E o maior ganho é o estreitamento das relações entre eles e o sentimento de pertencimento”. Ela acrescenta: “Com o tempo, vamos conseguir alinhar as demandas com as demandas da Divisão de Gestão de Pessoas e possivelmente sugerir novos fluxos.”

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida considera que os plantões de atendimento auxiliam na integração do servidor do HC às rotinas da Universidade. “Vários profissionais que atuam no Hospital das Clínicas têm perfis muito diferentes do servidor médio da UFMG. Eles trabalham durante a noite ou em fins de semana, em regime de plantão, e acabam se distanciando um pouco da vida funcional da UFMG. Ao instituir esses plantões no HC, a Universidade não só busca resolver problemas práticos da gestão de recursos humanos como deixa claro que esses servidores, que lidam com a saúde da população, são fundamentais e estratégicos para a nossa Universidade”, afirma a reitora.      

Com a adesão do Hospital à administração da Ebserh e, especialmente a partir de 2018, quando todos os processos dos servidores da UFMG lotados no HC passaram a tramitar no gabinete da Pró-reitoria para autorizações diversas, a gestão de RH identificou a necessidade de aprimorar a comunicação e vem buscando meios de atender de forma mais assertiva às demandas instauradas. “A experiência desses anos todos nos deu a convicção de que precisávamos de uma pessoa com formação em gestão de recursos humanos, domínio dos processos de RH da UFMG e sensibilidade no trato com os servidores para representar a PRORH no HC”, afirma a pró-reitora de Recursos Humanos, Marcia Machado.

“Oferecemos treinamento para as chefias do HC-Ebserh, com o objetivo de qualificá-las no domínio de alguns processos, como a aferição do registro do ponto eletrônico dos servidores da UFMG. Realizamos também atendimentos presenciais no HC para auxiliar os servidores em diversas demandas nos sistemas, como licenças e afastamentos, alterações de períodos de férias, avaliações de desempenho e pedidos de remoção. Como os servidores trabalham em regime de plantão, é mais difícil o acesso de muitos deles aos sistemas informatizados e em tempo hábil. A nossa expectativa é que a Bianca possa colaborar para facilitar o acesso dos servidores da UFMG lotados no HC aos seus direitos, por meio de orientações e encaminhamentos às instâncias responsáveis”, acrescenta a pró-reitora adjunta, Leonor Gonçalves.  

Os atendimentos presenciais são realizados às segundas-feiras, na sala 01 do Centro de Apoio Didático (CAD). Na impossibilidade de atendimento presencial, os servidores podem solicitar videoconferência ou encaminhar suas demandas pelo e-mail referenciahc@prorh.ufmg.br.