UFMG organiza ações de curto, médio e longo prazos em Brumadinho
Grupos de áreas diversas se reuniram nesta segunda; atuação será baseada na ética e na articulação de saberes
A UFMG está pronta para atender às demandas imediatas do poder público e da população atingida pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, na última sexta-feira, 25 de janeiro. Em médio e longo prazos, serão formados grupos de trabalho por temas, e as pró-reitorias acadêmicas (Graduação, Pós-graduação, Pesquisa e Extensão) lançarão edital de apoio financeiro a projetos destinados à população e ao meio ambiente.
Essas são algumas das medidas anunciadas em reunião realizada na tarde segunda-feira, 28, com a presença de cerca de 70 representantes de núcleos de pesquisa e extensão de diversas áreas do conhecimento. Participaram também pesquisadores da Fiocruz, da PUC Minas e da Universidade Federal de Juiz de Fora. Durante o encontro, foram lembradas as experiências do Programa Participa UFMG Mariana-Rio Doce, criado após o rompimento da barragem do Fundão, da Samarco, na cidade de Mariana, em novembro de 2015.
A Universidade já trabalha para aprimorar um banco com informações sobre os profissionais e estudantes disponíveis para ações de apoio e vai oferecer transporte para os grupos que já estão trabalhando na região. Integrantes do Programa Polos de Cidadania, vinculado à Faculdade de Direito, já iniciaram atendimento psicológico e sociojurídico às famílias, e a comunidade da Escola de Veterinária já prepara atendimento na região e também no hospital da unidade, no campus Pampulha.
A reitora Sandra Regina Goulart Almeida destacou que os hospitais das Clínicas e Risoleta Tolentino Neves estiveram à disposição desde os primeiros momentos após a tragédia e que a Universidade está em contato com a Defesa Civil e o Ministério Público, entre outras instâncias, para receber as demandas. “A UFMG está cumprindo seu papel de instituição pública e se põe à disposição do estado e do país em mais um momento trágico. Vamos implementar as ações à medida que chegarem as demandas, contribuindo com soluções nas diversas áreas”, disse a reitora.
Aproximação respeitosa
A pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, afirmou que a atuação da UFMG será fundamentada, sobretudo, na ética e na defesa dos direitos humanos. “Nossa colaboração vai aproveitar o que temos de melhor, sempre com base na articulação de saberes e em harmonia com outros atores. E teremos sempre a preocupação de nos aproximar de forma cuidadosa, respeitando o luto e a consternação da comunidade e das famílias”, disse.
Também durante a reunião desta segunda-feira, a professora Isabel Antunes, da Faculdade de Educação, que mantém projetos com populações rurais, anunciou que foi procurada por associações que representam os trabalhadores da região de Brumadinho, em busca de parceria para ações em benefício desses grupos.
Outras ações estão sendo organizadas em áreas como a de análise de qualidade da água, aprimoramento das relações de trabalho nas empresas mineradoras e compreensão do desastre com base nas tecnologias de mineração – um workshop com esse tema será realizado na próxima terça, 5, na Faculdade de Ciências Econômicas.
Nova reunião será realizada na próxima segunda-feira, 4 de fevereiro, às 14h, no auditório 106 do Centro de Atividades Didáticas de Ciências Exatas (CAD 3), campus Pampulha. O objetivo é estruturar grupos de trabalho para ações de médio e longo prazo. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail participaufmg@ufmg.br.
A TV UFMG ouviu a reitora Sandra Goulart Almeida e a pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga.
Neste outro vídeo, a diretora da Escola de Veterinária, Zelia Lobato, fala sobre a atuação da unidade em Brumadinho.
[Notícia atualizada na quarta-feira, 30, às 12h55, com alteração do local da reunião do dia 4]