Saúde

'UFMG Talks em casa' sobre vacinas e variantes do novo coronavírus está no YouTube

Ana Paula Fernandes, do CTVacinas, e Renato Santana, do ICB, foram os convidados da última edição do programa

Renato Santana e Ana Paula Fernandes
Renato Santana e Ana Paula Fernandes falaram sobre o trabalho da UFMG na identificação de novas variantes e desenvolvimento de vacinaReprodução de tela

Identificadas no Brasil, no Reino Unido, na África do Sul e na Índia, as novas variantes do vírus Sars-CoV-2 desafiam os cientistas em razão de sua alta transmissibilidade e agressividade contra o organismo. Em abril, pesquisadores da UFMG identificaram possível nova variante em circulação na região metropolitana de Belo Horizonte.

Coordenador da Rede de Vigilância Genômica da Covid-19 na Universidade, o professor Renato Santana foi um dos convidados da última edição do UFMG Talks em casa, junto com Ana Paula Fernandes, uma das coordenadoras do CTVacinas da UFMG. Ele explicou que essas mutações acontecem exatamente na proteína da superfície do vírus, denominada Spike, o que facilita a penetração do vírus na célula. “As consequências disso são maior capacidade de transmissão e aumento da carga viral no indivíduo, o que pode elevar o número de casos mais severos da doença e sua letalidade.”

Para barrar o avanço da covid-19 no Brasil e no mundo, uma corrida pelo desenvolvimento, pela produção e distribuição de vacinas mobiliza pesquisadores, empresas farmacêuticas, governos e toda a população. Renato Santana chama a atenção para o fato de que, no momento, todas as vacinas conseguem neutralizar as variantes do novo coronavírus identificadas no Brasil, o que impede hospitalização e óbitos.

Spintec
Em desenvolvimento pela UFMG, a candidata a vacina Spintec vai receber investimento de R$ 30 milhões da Prefeitura de Belo Horizonte para custear as etapas 1 e 2 dos testes clínicos em humanos. A previsão é que o imunizante chegue ao mercado em 2022.

“Nós investimos na proteína recombinante, e foi nessa plataforma que os resultados começaram a aparecer de forma mais rápida e com um nível de proteção excelente, 100% de proteção", afirmou Ana Paula Fernandes. "Essa é uma vacina adequada à realidade brasileira, barata e fácil de ser produzida. Temos unidades fabris no Brasil adequadas para sua produção, e a logística de distribuição e armazenamento é simples. Várias outras vacinas já usadas em populações humanas como as do HPV e da hepatite usam essa plataforma vacinal, que já provou ser bastante segura”, explicou a professora da Faculdade de Farmácia.

Esses e outros detalhes sobre as variantes do novo coronavírus e a vacina Spintec desenvolvida no CT-Vacinas foram abordados na última edição do UFMG Talks em casa, realizada na última quinta-feira, dia 29. Assista ao programa.