Um terço dos rios de Belo Horizonte estão escondidos sob o concreto
Geógrafo Alessandro Borsagli analisou impacto da infraestrutura da cidade nos estragos causados pelas chuvas
Os grandes níveis de chuva na grande Belo Horizonte, atípicos mesmo para o verão, vêm causando mortes e estragos. Uma das principais causas é a ineficiência da infraestrutura da cidade, incapaz de lidar com a própria malha hídrica sobre a qual a cidade foi construída.
Muitas pessoas não sabem, mas o perímetro urbano de Belo Horizonte tem diversos rios e córregos invisíveis, que foram cobertos por ruas e avenidas durante o processo de urbanização. A capital mineira foi construída na área de quatro grandes bacias hidrográficas (Ribeirão Arrudas, Rio das Velhas, Ribeirão do Onça e Ribeirão do Isidoro). Esse processo de canalização foi iniciado já na segunda década do século 20, e continuou até recentemente, com a cobertura do Rio Arrudas.
Cobrir o leito natural dos rios e suas margens de concreto pode não ser a melhor opção, já que, em períodos de muita chuva, como o deste mês de janeiro em Belo Horizonte, a população pode sofrer com enchentes e alagamentos, como temos assistido nas últimas semanas.
O geógrafo e professor Alessandro Borsagli, autor do livro Rios invisíveis da metrópole mineira, conversou com a UFMG Educativa sobre o tema. A entrevista foi ao ar no programa Conexões desta sexta-feira, 31.