Em novo 'Aulas abertas', professor da Uemg aborda produções de animação em telas de planetário
Vitor Amaro, que trabalhou no Espaço do Conhecimento, explica potencial cinematográfico do formato hemisférico
As possibilidades de animação em telas hemisféricas são abordadas pelo professor Vitor Amaro, convidado mais recente do projeto Aulas abertas, do Centro Cultural UFMG.
Amaro explica que telas hemisféricas, tema de sua tese de doutorado, são aquelas em formato de cúpula ou domo, como as encontradas em planetários. "A animação pensada para esse tipo de tela oferece novas possibilidades técnicas, artísticas, expressivas, simbólicas e metafóricas e também agrega outras formas de pensar, produzir e experimentar o audiovisual como outro tipo de cinema.”
Segundo o professor, um sistema de aplicação para essas telas começou a ser desenvolvido nos anos 1990, na esteira de um movimento em que os planetários passaram a incorporar sistemas de projeção audiovisual, transcendendo a tradicional projeção simulada de um céu noturno.
Fulldome
Vitor Amaro acrescenta que, nesse contexto, houve um esforço de padronização capitaneado, principalmente, pela indústria fornecedora de equipamentos de projeção para planetários, levando ao surgimento de um padrão de vídeo digital específico para telas hemisféricas, o fulldome. Esse padrão é caracterizado por uma imagem circular de 360x180 graus, que preenche toda a cúpula e o campo de visão do espectador na hora da projeção, não apenas intensificando sua imersão e a aproximação da imagem, mas também sugerindo a inserção dele no ambiente representado.
Amaro afirma que a animação sempre se destacou como um caminho para viabilizar essas produções e que, entre todas as possibilidades técnicas, predomina a animação 3D digital, que ajuda a reforçar o aspecto ilusionista da representação. Ele cita duas formas de pensar e produzir animação para tela hemisférica: o uso em documentários científicos, que é mais abrangente e dominante, presente nos filmes comerciais que compõem, em geral, a programação regular dos planetários digitais, e o emprego mais experimental, presente em produções menores e independentes, como os filmes estudantis apresentados em festivais e eventos específicos para fulldome.
Assista ao vídeo.
Vitor Amaro é professor de Animação e Cinema no curso de Artes Visuais da Escola de Design da Uemg e doutorando no Programa de Pós-graduação em Artes da Escola de Belas Artes da UFMG. De 2012 a 2019, ele integrou a equipe do Núcleo de Audiovisual do Espaço do Conhecimento UFMG.
O projeto Aulas abertas oferece ambiente de compartilhamento de ideias, conceitos, experiências e discussões contextualizadas pelo atual momento de crise. Uma nova aula é publicada toda semana nas redes sociais (Facebook, Instagram e YouTube) e no site do Centro Cultural UFMG. Todos os vídeos já lançados permanecem disponíveis nessas plataformas.