Você sabe o que é gentrificação? E como esse conceito se aplica à Grande BH?
Colunista explica o que ocorre quando áreas pobres recebem investimentos que podem expulsar populações locais
Investimentos públicos e privados realizados nos últimos anos, como a expansão do aeroporto internacional de Confins, a construção da Linha Verde e a construção da Cidade Administrativa, estão contribuindo para mudar o perfil do Vetor Norte, atraindo cada vez mais uma população de alta renda para os municípios vizinhos de Belo Horizonte.
"É uma invasão da classe média com novos loteamentos e condomínios", relata o professor Roberto Monte-mór, pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG (Cedeplar), na coluna Questões Metropolitanas desta terça-feira, 7.
Estaria a Grande BH passando por um processo de gentrificação? Esse processo ocorre em diversas partes do mundo e é caracterizado pela expulsão da população de uma determinada região porque os preços dos alugueis e das propriedades acabam subindo demais. "Gentrificação é a substituição e a renovação das edificações e das áreas urbanas, com a expulsão da população pobre e a entrada de uma população de renda média e alta", explica o professor.
Na Grande BH, porém, uma das marcas desse processo tem sido a permanência dos moradores em suas áreas de origem. "Os novos empreendimentos saltam por cima da periferia mais pobre, sem expulsá-la. Um exemplo é o Alphaville, em Vespasiano, pulando por cima de bairros de classe média baixa e bairros pobres", observa ele. Por isso, os especialistas divergem se o Vetor Norte de Belo Horizonte estaria de fato passando pela gentrificação.
Coluna veiculada no Jornal UFMG desta terça-feira, 7 de novembro de 2017.