Volta às aulas neste momento seria atitude imprudente
No oitavo episódio da série “Por que ficar em casa?”, professora da Faculdade de Medicina da UFMG explica que crianças são potenciais transmissoras do coronavírus
O que se sabe sobre a relação entre crianças e a covid-19 até o momento é que os pequenos apresentam quadros mais leves da doença em comparação com os adultos. A maioria das crianças infectadas têm sintomas de resfriado comum, como tosse, coriza e dores no corpo, e podem até mesmo não apresentar nenhum sintoma da doença. Apesar de ser uma boa notícia para a saúde das crianças, isso não significa que a população infantil não represente um risco para os adultos à sua volta.
Esse é o tema do oitavo episódio da série Por que ficar em casa?. A professora Cláudia Ribeiro de Andrade, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, que também faz parte do Grupo de Pneumologia Pediátrica no Hospital das Clínicas, explica por que a volta às aulas neste momento seria uma atitude imprudente. Ela também fala sobre os riscos que as crianças representam para a transmissão de outras doenças, o que pode sobrecarregar o SUS.
A série Por que ficar em casa? tem nove episódios, nos quais nove cientistas de nove diferentes áreas apresentam as evidências que embasam as medidas de isolamento social como forma de contenção do coronavírus. No primeiro, o infectologista Carlos Starling falou sobre o impacto da Covid-19 sobre o sistema de saúde brasileiro.
No segundo episódio, o cientista político Eduardo Marques, da USP, mostrou por que as condições precárias de habitação no Brasil representam um entrave para o isolamento apenas dos chamados grupos de risco.
O tema do terceiro episódio, com a professora da Escola de Enfermagem da UFMG Deborah Carvalho Malta, foi a alta incidência de doenças crônicas entre os brasileiros. Elas representam um fator de risco para infecção pelo coronavírus e é mais um motivo para que as pessoas fiquem em casa.
No quarto episódio da série, as lições da história. A professora Myriam Bahia Lopes, da Escola de Arquitetura, contou como a cidade de Leicester, na Inglaterra, conseguiu conter a epidemia de varíola no século 19 graças à medidas de higiene pessoal e isolamento social.
O quinto episódio da série tratou das consequências da demora na implementação de medidas de isolamento social na Itália. A entrevistada foi a professora do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG Fernanda Cimini.
As projeções matemáticas foram o tema do sexto episódio da série com o professor do Departamento de Matemática da UFMG Ricardo Takahashi. Ele explicou o que indicam os números sobre a necessidade de adoção das medidas de isolamento social.
No sétimo episódio, o professor da UFVJM Douglas Sathler explicou por que a concentração da população em grandes cidades é um prato cheio para os vírus e falou sobre o risco de interiorização da doença.
Na segunda-feira (04/05), no último episódio da série, o professor do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista de Botucatu João Pessoa de Araújo Júnior fala sobre a eficácia das medidas de isolamento social no controle da pandemia na China.
A série pode ser ouvida no rádio (frequência 104,5 FM), no Programa Conexões (das 9h às 12h), no site da emissora hospedado no Portal UFMG e pelo IGTV do perfil da emissora no Instagram.