Workshop deflagra discussões sobre política para EaD e educação digital na UFMG
Evento, realizado nesta semana, foi marcado pela apresentação de projetos e atribuições de diretoria criada em abril para enfrentar os desafios impostos pela crescente demanda na área
A Diretoria de Educação a Distância e Educação Digital da UFMG (Dedd/UFMG) promoveu, nesta terça, dia 5, e quarta-feira, 6, a primeira edição do Workshop de Educação a Distância e Educação Digital (Wedd). O evento foi realizado de forma presencial no Auditório I da Faculdade de Ciências Econômicas (Face/UFMG), no campus Pampulha, e on-line, com transmissão ao vivo pelo canal da Dedd no YouTube.
A mesa de abertura contou com a participação do pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira, representando a reitora Sandra Regina Goulart Almeida; da diretora da Face, Kely César de Paiva, e das professoras Vilma Macagnan Carvalho, diretora de Educação a Distância e Educação Digital da Universidade, e Ana Carolina Correia Almeida, diretora adjunta.
Bruno Teixeira destacou a importância da instituição da nova diretoria pelo Conselho Universitário, em abril deste ano, como órgão auxiliar da Reitoria, com a atribuição, entre outras, de fomentar discussões sobre a construção da Política de Educação a Distância e Educação Digital para a UFMG e promover, em parcerias com outras unidades, iniciativas nessas áreas.
A instituição da Política Nacional de Educação Digital, em janeiro de 2023, e o aumento da procura por cursos a distância no país foram outros fatores que contribuíram para a transformação do Centro de Apoio à Educação a Distância (Caed/UFMG) em Dedd, de acordo com o pró-reitor de Graduação, que também citou a oferta de graduações a distância pela Universidade como aspecto que influenciou a decisão.
“A UFMG tem ampliado a oportunidade de ofertar cursos de pós-graduação e de extensão a distância, com o apoio da Dedd, mas a graduação ainda é muito dependente do programa UAB. Precisamos refletir sobre a construção de uma política institucional que possibilite a oferta de cursos de graduação a distância de forma regular pela UFMG, com todos os desafios que isso representa”, avaliou.
O professor propôs, ainda, a reflexão sobre a possibilidade de ofertar, nos próximos anos, cursos híbridos, nos quais os estudantes realizariam atividades presenciais, em alguns dias, e atividades a distância, nos outros. A medida beneficiaria, principalmente, estudantes que residem em municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte – dois a cada três discentes, segundo o pró-reitor.
Teixeira também citou a chamada interna 2/2024 que distribuirá recursos do Fundo Fundep para projetos de educação digital e as discussões sobre o uso de novas tecnologias, como a inteligência artificial nas atividades acadêmicas, iniciativas mais recentes promovidas pela Universidade para fortalecimento da modalidade.
Para a diretora da Face, Kely César de Paiva, os aspectos práticos para a viabilização das propostas para EaD e educação digital na Universidade também precisavam ser considerados. “Deixo meus votos de que essas reflexões sejam pensadas do ponto de vista conceitual, mas também do pragmático: o que fazer, como fazer, como capacitar as pessoas envolvidas, tanto técnicos quanto os docentes que atuarão nesses projetos", sugeriu.
Passado e futuro
Relembrando que a UFMG oferta cursos a distância há 25 anos, com a adesão a programas como o Veredas e o Pró-Licenciatura, e as primeiras discussões sobre a implantação do programa UAB na Universidade, a diretora da Dedd, Vilma Lucia Macagnan Carvalho, ressaltou a relevância do workshop para apresentar a nova diretoria e suas atividades. “Após a criação da Dedd, percebemos uma importância ainda maior de promover um evento para proporcionar a divulgação dessa nova diretoria à comunidade acadêmica, especialmente para os professores recém-chegados à UFMG, que não conheceram o Caed”, explicou.
Vilma Macagnan Carvalho apresentou os projetos em andamento e os que serão desenvolvidos pela unidade, como a oferta de quatro graduações e cinco especializações a distância, por meio do programa Universidade Aberta do Brasil, a partir de 2025, e a oferta de cinco cursos de extensão, on-line e gratuitos, sobre temas relacionados à educação digital, com previsão de lançamento em março do próximo ano.
Ela citou ainda a criação do Conselho Consultivo da Dedd, que conta com representantes das pró-reitorias acadêmicas, e a participação da Diretoria na Comissão Permanente de Inteligência Artificial da UFMG, inserções que ampliam suas conexões com outras instâncias da Universidade.
Ana Carolina Correia Almeida, diretora adjunta de Educação a Distância e Educação Digital, vê a primeira edição do Wedd como ponto de partida para novas ideias e colaborações que possam impulsionar essas atividades de ensino na UFMG. “A educação a distância e a educação digital só se fortalecem quando trabalhamos em conjunto. Ao unirmos nossos esforços, podemos superar desafios, compartilhar experiências e construir um futuro promissor para a educação”, projetou.
Panorama
A programação do primeiro dia incluiu ainda uma apresentação sobre a Dedd e as palestras A EaD no contexto atual do ensino superior, proferida pelo professor José Moran, da Universidade de São Paulo (USP), e Tecnologias digitais aplicadas ao ensino, ministrada por Cláudio Rabelo, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
No mesmo dia, também foi realizada a mesa-redonda Qualidade e inovação em educação a distância e em educação digital, composta por Elisa Tuler de Albergaria, professora da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e pesquisadora do Centro de Inovação em Inteligência Artificial para a Saúde, e por Felipe Moreira, gestor administrativo do Laboratório Multiusuário de Computação Científica (LCC-Cenapad-UFMG).
O lançamento das discussões sobre a instituição de uma política de educação a distância e de educação digital da UFMG foi o destaque da programação do segundo dia do Wedd, com a mesa-redonda Elementos para a construção de uma política de educação a distância e educação digital na UFMG, da qual participaram o pró-reitor de Graduação, Bruno Teixeira, a pró-reitora de Pós-Graduação, Isabela Almeida Pordeus, o pró-reitor de Extensão, Glaucinei Rodrigues Corrêa, e a pró-reitora adjunta de Pesquisa, Jacqueline Aparecida Takahashi, mediada pela professora Vilma Macagnan Carvalho.
A regulamentação de atividades de extensão e de pesquisa a distância, a criação de novas pós-graduações, inclusive scrito sensu, na modalidade EAD, a valorização do professor-tutor, o cômputo das atividades a distância no encargo didático docente e a viabilização da oferta regular de cursos a distância, de forma independente do Programa UAB, foram alguns dos pontos levantados pelos pró-reitores.
Interessados em se juntar ao debate e oferecer sugestões e contribuições para a formulação da Política de Educação a Distância e Educação Digital da UFMG podem encaminhá-las para o e-mail conselho@dedd.ufmg.br.
Na quarta-feira, também foram apresentadas duas palestras sobre políticas públicas educacionais: Políticas para a educação a distância nas instituições públicas de ensino superior, ministrada por Daniela Lima, professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), e Políticas públicas em EaD e ED, proferida pelo professor Fernando Pimentel, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
A programação do segundo dia incluiu ainda a mesa-redonda Projetos institucionais e gestão UAB: possibilidades de parcerias, formada pelos coordenadores UAB Adálcio de Araújo, da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), Kátia Rocha, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), e Eliane Borges, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A mediação coube a Samuel Durso, coordenador UAB da UFMG.
A primeira edição do Wedd foi encerrada com reunião de coordenadores UAB nas instituições de ensino e coordenadores de polo. O grupo discutiu questões como articulação e oferta de cursos pela Universidade Aberta do Brasil.