Boletim

Nº 1929 - Ano 41 - 22.02.2016

Mozart no dentista

Um novo jeito de ocupar espaços

ICB vai instalar mobiliário modulável em laboratórios de 17 blocos

Um padrão inovador de ocupação de espaços está sendo inaugurado no Instituto de Ciências Biológicas (ICB), com a instalação de aproximadamente 600 metros quadrados de mobiliário de laboratórios. “Embora seja uma área relativamente pequena, é um modelo que será adotado em todos os 17 blocos e pode até ser seguido por toda a Universidade”, informa a diretora do ICB, professora Andrea Mara Macedo. 

Os móveis modulares, resistentes e adaptáveis a qualquer tipo de uso laboratorial, resultam em economia de recursos e maior agilidade para atender às demandas de alterações espaciais, que são constantes e decorrem das novas tecnologias usadas nas pesquisas, “sem que, para isso, sejam necessárias grandes obras civis como ocorria no passado”, explica o arquiteto urbanista Edgardo Moreira Neto.

Embora seja uma área relativamente pequena, é um modelo que será adotado em todos os 17 blocos e pode até ser seguido por toda a Universidade

“Se pensarmos nas questões ecológicas, financeiras e de bom uso de recursos, não é aceitável dispor de mobiliário que não atenda mais às necessidades e comprar outro novo a cada demanda ou toda vez que um professor se aposenta”, avalia a diretora. A ideia é equipar todo o ICB com o novo tipo de mobiliário e, no futuro, manter um estoque de peças padronizadas, para eventuais

adaptações, que serão guiadas pelas descrições técnicas contidas no Caderno de especificação de mobiliário modular para laboratórios, elaborado pela equipe do Departamento de Planejamento Físico (DPF) e disponível na página da Pró-reitoria de Planejamento

Edgardo Moreira Neto comenta que o ICB está investindo em um conceito de tecnologia construtiva avançada e inovadora, o que possibilita intervenções simplificadas e ágeis. Ele explica que antes a Universidade gastava em média seis meses para execução de projeto e detalhamento de uma reforma. Agora, com mobiliários e intervenções industrializados, o tempo de projeto se reduz para cerca de um mês, e a obra final tem maior qualidade do que a estrutura pesada de alvenaria. Além disso, em vez de entrar em uma fila de espera de obra, qualquer pesquisador consegue, por meio de registro de preço, contratar a retirada e a instalação da bancada, em poucos dias. “A UFMG disponibiliza os setores de planejamento físico e projetos, e é altamente recomendável que as unidades acadêmicas se beneficiem dessa estrutura, para orientar as intervenções”, enfatiza.

O arquiteto Leandro Onofre e as diretoras do ICB, Andrea Macedo, e do DPF, Renata Siqueira, em ambiente com os móveis modulados
O arquiteto Leandro Onofre e as diretoras do ICB, Andrea Macedo, e do DPF, Renata Siqueira, em ambiente com os móveis modulados Foca Lisboa / UFMG

De acordo com a arquiteta Renata Alves Siqueira, diretora do DPF, o ICB, assim como outros prédios do campus Pampulha, foi construído com um sistema estrutural em que as paredes são independentes do piso. Assim, cada andar é uma plataforma livre, que pode ser facilmente modificada, sobretudo com o novo conceito de peças modulares de mobiliário. “O prédio foi muito alterado pontualmente, ao longo dos anos, mas nunca passou por uma reforma como a que está sendo feita neste momento. Os novos laboratórios vão mostrar o grande potencial do ICB”, completa.

Blocos-estação

Com 48 mil metros quadrados de área construída, o edifício Professor Amílcar Vianna Martins, que abriga o ICB, teve a modernização dos espaços internos iniciada em 2013. A primeira fase da obra foi a transformação dos blocos G e H, que funcionarão como “blocos-estação”. Eles receberão provisoriamente os laboratórios localizados nos que serão modificados posteriormente. À medida que os recursos financeiros forem disponibilizados, todos os 17 blocos passarão pelo mesmo processo, em etapas programadas, para evitar interrupções nas atividades acadêmicas. 

 “A velocidade da obra mudou com a situação econômica, mas nossa expectativa é que não demore muito”, afirma a professora Andrea Mara Macedo. Ela lembra que o prédio foi construído no início dos anos 1970 com uma concepção avançada para a época e para a demanda do Instituto, que tinha apenas um programa de pós-graduação, com menos de 20 alunos. “No segundo semestre deste ano, chegaremos ao 15º programa, com mais de 1.200 alunos de pós-graduação matriculados. Há ainda cerca de cem pós-doutorandos e mais de mil alunos em atividades de iniciação científica”, compara a professora.

Para dar uma noção da complexidade das atividades desenvolvidas no Instituto, a diretora comenta que praticamente todos os docentes – cerca de 260 – são pesquisadores ativos, e novos profissionais vêm sendo contratados. Mesmo utilizando o Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1) para aulas teóricas dos cerca de cinco mil alunos de 23 cursos de graduação atendidos pelo ICB, há um déficit espacial já dimensionado de 3,6 mil metros quadrados. A ideia é erguer um prédio de aulas práticas (entre o ICB e a Biblioteca Central), bloco adicional que vai abrigar os 32 biotérios de experimentação, hoje espalhados pelo Instituto, e um ambiente para as coleções taxonômicas (ao lado do CAD 1). “No fim dessas obras, os dois blocos-estação serão utilizados para expansão, já que o ICB não comporta todas as suas atividades”, prevê Andrea Mara Macedo.

Ana Rita Araújo