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UFMG apresenta, em mesa-redonda, resultados parciais da avaliação de seus cursos a distância

Nesta quarta-feira, 6, o Centro de Apoio à Educação a Distância (Caed) da UFMG promove a mesa-redonda Avaliação da EaD na UFMG. O evento, organizado em parceria com a Diretoria de Avaliação Institucional (DAI) e a Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (GIZ), analisará os resultados, o cenário atual e as perspectivas para o ensino a distância na Universidade.

De acordo com Wagner Corradi, diretor de EaD da UFMG, o debate será o momento de discutir o balanço parcial do projeto Avaliação Global da EaD na UFMG, desenvolvido pelo Caed em conjunto com a DAI. Iniciada em 2015, a iniciativa visa avaliar os cursos a distância da Universidade, sob vários aspectos: desempenho dos alunos, qualificação do corpo docente e infraestrutura física dos 33 polos de apoio em que a Universidade está presente e, em especial, o impacto social gerado pelas formações ofertadas nas localidades.

O processo foi organizado em duas etapas. A primeira, com abordagem quantitativa, analisou dados estatísticos disponibilizados pela Pró-reitoria de -Graduação (Prograd) referentes aos cursos de graduação, desde suas primeiras ofertas, em 2008, até 2014, e aqueles – coletados pelo próprio Caed – sobre os cursos de especialização, aperfeiçoamento e atualização. A segunda, ainda em desenvolvimento, vai colher as opiniões de alunos, professores, tutores e equipes administrativas dos polos de apoio, por meio de questionários que deverão ser disponibilizados neste mês. Todo o procedimento deverá ser concluído em dezembro, e as propostas surgidas durante a mesa-redonda e sugeridas pelos participantes da pesquisa integrarão o Relatório de Autoavaliação Institucional da Comissão de Avaliação Própria (CPA).

Os resultados parciais fornecem conclusões importantes, tanto de caráter prático, como a necessidade de haver colegiados específicos para as graduações a distância, devido às suas particularidades, quanto relacionadas às tendências para a modalidade. Entre os movimentos observados estão o aumento da procura pelos recursos tecnológicos típicos da EaD e o crescimento de iniciativas esparsas da modalidade na UFMG.

“Constatamos que há cada vez mais demanda pela tecnologia da educação a distância na Universidade e pelas ações desenvolvidas por vários cursos, mas sem o preparo que o Caed pode oferecer, por isso pretendemos ser referência em EaD”, explica Corradi. Para isso, o Centro tem promovido ações de capacitação para os docentes da Casa, incluindo workshops sobre os serviços que oferece e o Laboratório para Criação de Materiais Didáticos para EaD, curso que foi reformulado para ser mais objetivo e mais breve, agora com duração de um mês e ainda ministrado integralmente a distância. Também está entre os objetivos do Caed e do GIZ estimular os professores para que façam uso da possibilidade de ministrar até 20% dos cursos na modalidade semipresencial, prevista pela Portaria 4.059/2004 do MEC.

Resultados obtidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), do MEC, e uma nova proposta de cursos a distância para a UFMG serão apresentados no evento pela professora Suzana dos Santos Gomes, do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da Faculdade de Educação.  “A UAB teve enorme impacto positivo, contribuindo para que muitos alunos tivessem oportunidade de acesso a ensino superior de qualidade e gratuito, mas devido às incertezas com relação aos recursos do programa, temos que pensar alternativas para mantê-la”, diz a professora.

Integração

O diretor de Inovação e Metodologias de Ensino, professor Eucidio Pimenta Arruda, destaca que o atual Reitorado tem adotado uma política que vislumbra a integração das modalidades de educação – presencial e a distância. “A grande questão não é discutir distinção, mas integração. O caminho desenhado no âmbito mundial sugere a diminuição do foco na presença física, já que o aluno tem outros espaços de aprendizagem tão importantes quanto a sala de aula. Além disso, dados nacionais têm mostrado que a qualidade do ensino é a mesma em ambas as modalidades”, pondera.

“A grande questão não é discutir distinção, mas integração. O caminho desenhado no âmbito mundial sugere a diminuição do foco na presença física, já que o aluno tem outros espaços de aprendizagem tão importantes quanto a sala de aula."

Para o diretor do GIZ, a realização desse evento tem o papel de oferecer -visibilidade à EaD que, embora venha sendo adotada pela UFMG há mais de 13 anos, ainda é pouco conhecida. De acordo com a diretora de Avaliação Institucional, professora Cristina Alvim, atualmente a UFMG oferta 30 cursos a distância – cinco de graduação, seis de especialização, 12 de aperfeiçoamento e sete de atualização. O impulso da EaD nas últimas décadas, segundo a professora, deve-se a fatores como o avanço dos recursos tecnológicos de informação e comunicação e arcabouço legal que propiciou abertura e incentivo para a modalidade, atendendo à necessidade de expansão do ensino superior, “tanto do ponto de vista dos direitos constitucionais quanto pelo desequilíbrio causado pela concentração da oferta de formação superior nas grandes metrópoles”.

Segundo Cristina Alvim, as propostas que emergirem do debate serão incorporadas ao Relatório de Autoavaliação -Institucional da Comissão Própria de -Avaliação (CPA) da UFMG.

(Da Redação com informações da Assessoria de Comunicação do Caed)