Legado e inovação
PDI 2018-2023 reflete equilíbrio entre tradição e novas questões
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que vai orientar as ações da UFMG no período 2018-2023, foi aprovado pelo Conselho Universitário. O documento estará disponível para consulta a partir de janeiro. Elaborado por comissão específica, o plano recebeu contribuições da comunidade universitária, por meio de sugestões individuais ou de grupos, geradas por discussões nas unidades acadêmicas e nos debates em três audiências públicas, realizadas nos campi Pampulha, Saúde e Montes Claros.
“Precisamos destacar que o processo de elaboração do PDI foi marcado pela construção. Refletimos e adotamos uma estratégia que, de fato, assegurou oportunidades para a participação efetiva da comunidade universitária”, afirma a reitora Sandra Regina Goulart Almeida. Ela ressalta que, além de sugestões que chegaram para a comissão por meio das audiências públicas, muitas contribuições foram recebidas pelo site desenvolvido especialmente para reunir os documentos iniciais elaborados pela comissão. “Estamos felizes porque o documento representa, de fato, o desejo da UFMG”, enfatiza.
Síntese
Para o presidente da Comissão de Sistematização do PDI, professor Ricardo Takahashi, embora seja uma determinação legal, o Plano deve ser considerado, principalmente, uma oportunidade especial em que a Universidade “sintetiza a análise sobre seu passado e projeta o futuro, de curto e longo prazos”.
O PDI também se beneficiou de conceitos e informações de outras duas fontes: a avaliação externa, realizada por comissão do Ministério da Educação (MEC) que visitou a Universidade em agosto de 2017, e o processo de autoavaliação, iniciado há cerca de quatro anos no âmbito da Comissão Própria de Avaliação (CPA).
Composta de 14 membros de todos os segmentos, setores e áreas da Universidade, a CPA tem elaborado retrato institucional abrangente da graduação, pós-graduação, pesquisa, extensão, gestão de pessoas, planejamento e infraestrutura. Relatórios anuais são publicados no site da UFMG e em canal de comunicação on-line com o MEC.
A professora Cristina Alvim, que integrou a Comissão de Sistematização do PDI por ser, à época, presidente da CPA, comenta que a leitura e a análise crítica dos documentos anteriores e o esforço de pensar novas proposições “ajudaram a perceber como a Instituição tem aprendido com as dificuldades, como evoluiu e em que aspectos ainda precisa avançar”.
Também integraram a comissão de sistematização a diretora de Avaliação Institucional, Viviane Birchal, o professor Hugo da Gama Cerqueira, atual diretor da Face e pró-reitor de Planejamento na última gestão, representantes das câmaras de Graduação, Pós-graduação, Pesquisa e Extensão, dois servidores técnico-administrativos e dois estudantes.
Avanços
“No processo de construção do PDI, procuramos um equilíbrio entre dois movimentos: manter uma continuidade de decisões e processos em curso, que expressaram valores institucionais consolidados, e introduzir novas lógicas e perspectivas, que reflitam questões da ordem do dia, como cidadania, inclusão, acessibilidade e internacionalização”, afirma a reitora Sandra Goulart Almeida.
Embora o texto contenha as características mais perenes da Universidade, já presentes nos PDIs anteriores, o novo documento avançou tanto no formato – agora com considerações mais detalhadas sobre vários temas – quanto na ênfase que deu a aspectos considerados prioritários pela comunidade acadêmica.
“Um dos exemplos de como a intervenção da comunidade interferiu no texto final refere-se à questão ambiental”, diz Ricardo Takahashi. Segundo ele, esse assunto ganhou uma seção específica no capítulo Desenvolvimento Institucional, em que recebeu abordagem inter e transdisciplinar e será tratado transversalmente por setores diversos da Universidade, com ações que abrangem ensino, pesquisa, extensão, gestão e comunicação.
Outra seção do mesmo capítulo é dedicada à internacionalização, identificada como um desafio abrangente, isto é, como meta que deve mobilizar toda a comunidade – da escola básica a ações de extensão. A intenção, segundo Takahashi, é que o tema se firme como bandeira abraçada por toda a instituição. “É desejável que a UFMG veja a internacionalização dessa maneira. O assunto foi incluído nesse capítulo por extrapolar muito o que um setor, sozinho, conseguiria fazer”, comenta Takahashi.
Temas como cidadania, inclusão e acessibilidade também mereceram abordagens mais extensas, incorporando reflexões da comunidade. Para o presidente da Comissão, isso não apenas gerou um texto mais denso e completo, mas faz do novo PDI um documento que os integrantes da Universidade vão “perceber como seu, já que é resultado de um processo de escuta de que todos puderam participar”.
Versão ampliada desta matéria foi publicada no Portal UFMG, em 30/11/2018