De excelência internacional
Mais de 40% dos cursos de pós-graduação da UFMG receberam notas 6 e 7 na avaliação da Capes
Na avaliação quadrienal (2013-2016) dos programas de pós-graduação brasileiros, divulgada no último dia 19, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a UFMG teve 42,6% dos seus 151 cursos de doutorado e mestrado classificados como de padrão de excelência internacional, ou seja, com notas 6 e 7. A média nacional nesses níveis é de 11%, já que apenas 465 dos 4.175 programas avaliados em todo o país receberam nota máxima.
Se incluídos os de nota 5 – máximo para programas que contemplam apenas o nível mestrado –, a UFMG tem 106 cursos com os conceitos 5, 6 ou 7, o que equivale a 68,4% do total. A pró-reitora de Pós-graduação, Denise Maria Trombert de Oliveira, ressalta que, mesmo tendo passado de 137 cursos na última avaliação trienal da Capes para os atuais 151, a UFMG manteve “excelente desempenho”, já que o relevante crescimento em termos numéricos mostrou-se “muito sustentável, tendo a qualidade acompanhado esse eixo de crescimento”.
A pró-reitora comenta que em qualquer conjunto de dados “espera-se uma distribuição normal, com porções pequenas deles nas partes anterior e posterior da curva. A curva dos programas de pós-graduação da UFMG está deslocada no sentido das notas mais altas, com muito mais cursos no desempenho de excelência internacional ou nacional (nota 5) e poucos na parte inferior da curva”.
Comparados com os resultados divulgados há quatro anos, 24,7% dos cursos registraram aumento de nota enquanto 58% dos cursos mantiveram suas notas. “Dez programas permaneceram com nota 7, o que equivale a subir, pois isso mostra que estão consolidados no maior nível de competição, compatível, em sua área, com qualquer instituição de grande relevância do mundo”, pondera a pró-reitora.
Denise Trombert destaca que, na série histórica de avaliações iniciada em 2007, a UFMG sempre registrou elevada taxa de aumento das notas 5, 6 e 7. “São números que nos deixam em uma posição confortável por entender que o trabalho não está sendo feito só no sentido de aumentar quantidade de cursos, de mestres e doutores aqui formados, mas de melhorar a qualidade”, enfatiza.
7 como meta
Denise Trombert também chama a atenção para o fato de que a pós-graduação da UFMG apresenta notas altas distribuídas em todas as áreas do conhecimento. “Isso mostra o perfil de universidade mais completo que se poderia pensar”, diz, lembrando também que a Instituição reúne programas em 44 das 49 áreas de avaliação da Capes, com boa distribuição de qualidade entre todas.
Segundo ela, em termos percentuais, houve queda no desempenho global se comparados os resultados da trienal 2013 com a quadrienal 2017. Contudo, em termos absolutos, as notas crescem, porque aumentou o número de cursos oferecidos. “Quando se criam muitos cursos novos, situação que temos experimentado continuamente, eles começam com 3, às vezes, 4, muito raramente com nota 5, o que baixa a proporção de notas altas do conjunto”, esclarece.
Em 2013, a UFMG tinha 62 cursos (45,3%) com notas 6 e 7, número que subiu para 66 (42,6%) na atual avaliação. Com notas de 5 a 7, eram 102 cursos (74,5%), e hoje são 106 (68,4%). Embora ressalte que notas menores são características de cursos novos, Denise Trombert enfatiza que a meta deve ser 7. E vale-se de uma brincadeira para ilustrar o seu raciocínio: “Hoje, ao apertar o botão do elevador para me dirigir ao sétimo andar do prédio da Reitoria, onde fica a Pró-reitoria de Pós-graduação, percebi que pós-graduação na UFMG tem que ser 7”.
Para crescer
Ao analisar as ações que levam um curso a crescer em qualidade, a pró-reitora explica que é necessário promover formação de qualidade, cujo principal indicador é a produção acadêmica que deriva das dissertações e teses. “Dependendo da área, pode ser artigo científico em periódico, livro, capítulo de livro, obra artística, uma partitura”, enumera. Para alcançar as notas máximas, os programas precisam investir em parcerias internacionais consolidadas e convênios com instituições estrangeiras.
“Isso a UFMG tem feito, contando com o apoio da Diretoria de Relações Internacionais, que é muito ativa, e com o importante investimento da Reitoria na criação de uma assessoria para assuntos internacionais na PRPG”, observa a professora, acrescentando que a Universidade tem trabalhado muito para facilitar a inserção internacional dos seus programas.
Outro aspecto relevante, diz Denise Trombert, é a distribuição dos alunos e das produções em relação ao corpo docente. Segundo ela, pode haver um curso com cem produções e outro com dez, mas, se o primeiro concentra 90 delas em um único docente, e as do outro são bem distribuídas, o segundo curso pode ser melhor avaliado, porque a produtividade de seu corpo docente é equilibrada. “Se esse docente que produziu 90 for excluído, será que sobra indicador de qualidade nesse curso?”, problematiza.
A pró-reitora esclarece que a partir de agora serão analisadas as fichas de avaliação de cada curso, a começar pelos que não obtiveram o rendimento esperado. “Aprende-se muito com as fichas de avaliação”, enfatiza.