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Conhecimento sem Fronteiras
UFMG estimula a mobilidade acadêmica e a difusão das produções acadêmicas para além das fronteiras
Conhecimento não tem fronteira. Isso é lá uma premissa verdadeira e objetiva. Mas para estimular a mobilidade acadêmica e a difusão internacional de produções acadêmicas da Universidade pelo mundo afora há um desafio a ser superado: o domínio de línguas estrangeiras.
A Universidade adotou, a partir de 2018, uma Política Linguística , que objetiva incentivar e oferecer oportunidades para os estudantes dominarem outros idiomas. Dentre as línguas oferecidas estão inglês, espanhol, italiano e alemão.
A medida coincide com uma mudança observada a partir da implantação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em 2014: o percentual de estudantes que afirmam não ler em nenhuma língua estrangeira aumentou de 16% para 25%, no primeiro semestre de 2018. O maior índice é na área das Ciências Agrárias, em que quase metade dos estudantes vivenciam esta situação (49%).
O chamado letramento dos estudantes é fundamental à medida em que a UFMG se destaca em iniciativas de internacionalização. Em 2018, a Universidade foi uma das 25 instituições de ensino superior vencedoras do Programa Institucional de Internacionalização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Print-Capes), substituto do programa Ciência sem Fronteiras.
“Uma parcela substancial do Print é para trazermos professores e pesquisadores para a UFMG. Nosso estudantes poderão até mesmo ter aulas com professores estrangeiros, inclusive na graduação”, explica Aziz Saliba, à frente da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da UFMG.
Também em 2018, a UFMG firmou convênio com a Comissão Fulbright, órgão ligado ao governo dos Estados Unidos que fomenta atividades acadêmicas e de intercâmbio. “A instituição tem entre seus ex-bolsistas 59 ganhadores do Prêmios Nobel. Só duas universidades no Brasil têm esse convênio com a Fulbright, a USP e a UFMG. Isso significa que, a cada semestre, nós receberemos um professor altamente qualificado dos EUA para lecionar aqui”, comemora Aziz Saliba.
A UFMG também conta com seu próprio programa de mobilidade para a graduação, o Minas Mundi, que promove o intercâmbio científico e cultural com as instituições estrangeiras parceiras. Em 2019, são oferecidas 710 vagas em 113 instituições de 32 países, distribuídas em quatro continentes: 10 universidades na África, 225 nas Américas do Sul e do Norte, sete na Ásia e 468 na Europa. Estudantes em situação de vulnerabilidade econômica, assistidos por meio de ações e projetos gerenciados pela Fundação Mendes Pimentel (Fump), contam com condição diferenciada.
Dentro da UFMG estão sediados seis centros de estudos regionais multidisciplinares, com foco na África, na América Latina, na Ásia Oriental, na Europa e na Índia e América do Norte. O sexto centro, direcionado à América do Norte, está em processo de criação, por meio de parceria com a Fulbright. Além de aprender sobre as diversas regiões do mundo, durante palestras e outros eventos promovidos pelos centros, os estudantes de graduação têm a chance de participar em programas de pesquisa internacionais.
Em Minas Gerais, a UFMG é a única universidade com sede do Instituto Confúcio, vinculado ao ministério da educação da China, que promove o ensino do mandarim no campus Pampulha e no Instituto de Ciências Agrárias, em Montes claros, e atividades culturais.
“A China é o principal parceiro econômico do Brasil desde 2009. Dentre os dez maiores financiadores de pesquisa do mundo, quatro são da Ásia Oriental. Por isso nós gostamos de conversar com a Ásia”, destaca Aziz Saliba. “A Coreia está intensamente presente no Brasil, com grandes empresas. Nós temos a maior população de japoneses fora do Japão do mundo”, afirma o diretor.
Saliba ressalta que a UFMG é integrante da Associação de Universidades do Grupo Montevidéo (AUGM), que reúne universidades públicas de seis países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), com as quais há intenso intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação, além de docentes e servidores. “Nós temos relações com mais países do que alguns Estados. São 13 países na América Latina, dois na América anglo-saxônica, seis na África, dois na Oceania, oito na Ásia, 23 na Europa”, explica.
Entra que a casa é sua
Mais de cem estudantes estrangeiros ingressaram em diversos cursos da UFMG no segundo semestre de 2018, por meio de acordos bilaterais firmados com universidades estrangeiras. Eles são apadrinhados por colegas, que os acompanham não só nas atividades acadêmicas, mas também na vivência no campus e na cidade Belo Horizonte, e até mesmo na sugestão de passeios turísticos nos feriados e finais de semana.
Os visitantes podem estudar português como língua adicional, na Faculdade de Letras, que fica no campus Pampulha. “Nós queremos incrementar isso, para que o nosso aluno tenha a oportunidade de ter contato com outras visões de mundo, para que sua formação seja cada vez mais multicultural, com maior preparo para lidar com a diversidade”, afirma Aziz Saliba.
Confira vídeo produzido pela equipe da TV UFMG que mostra a história de estudantes estrangeiros que escolheram a UFMG para estudar.
Pelo Brasil afora
A UFMG integra o Programa Andifes de Mobilidade Estudantil, da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil, que estimula o intercâmbio em âmbito nacional. Por ano, cerca de 50 alunos estudam ao longo de um semestre em outra universidade do País. Simultaneamente, a UFMG acolhe 65 estudantes de graduação vindos de diversas partes do Brasil.
Um programa de bolsas de auxílio-deslocamento para mobilidade nacional, mantido pela própria UFMG, beneficia outros 50 estudantes ao ano anualmente. Saiba como funciona o programa de mobilidade acadêmica nacional. Confira reportagem produzida pela equipe da TV UFMG.
Outra possibilidade é a Mobilidade Intercampi: estudantes do campus regional de Montes Claros podem fazer disciplinas nos campi de Belo Horizonte e vice-versa.