Minas Gerais, como o próprio nome sugere, é o estado com a mais forte tradição na atividade mineradora no País. Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), quase metade do valor da produção de minerais metálicos comercializados em 2017 originou-se de solo mineiro. O desenvolvimento industrial está fortemente atrelado à mineração, necessária para a siderurgia, a confecção de bens tecnológicos e mesmo para produção de alimentos: os minerais extraídos são necessários para a fabricação de fertilizantes, por exemplo.

O curso de engenharia de minas na UFMG tem forte base de matemática, química, física e geologia. Além disso, estudam-se economia para engenharia de minas e disciplinas relacionadas às engenharias metalúrgica e de materiais. O diferencial é o maior número de laboratórios entre os cursos de engenharia de minas do Brasil, com dez laboratórios práticos.

O engenheiro de minas participa de todo o processo de abertura da mina, desde a análise da viabilidade econômica de se explorar determinado local até a extração dos recursos minerais e sua destinação para as diversas cadeias de produção de bens de consumo. 

Além disso, nos últimos anos, sobretudo após sucessivos desastres ambientais, a recuperação de áreas transformadas pela mineração, o chamado “fechamento de mina”, passou a ser uma prioridade: a área impactada deve ser revitalizada e entregue de volta à população. Um dos mais importantes cartões postais de Belo Horizonte, o Parque das Mangabeiras, é um exemplo de fechamento de mina — antiga área de extração de minério de ferro, hoje é a maior área de preservação ambiental de Belo Horizonte, que abriga mais de 200 espécies nativas do Cerrado e da Mata Atlântica.

Maria Eduarda Costa, 21, estudante do sexto período, vem de uma família com história na mineração: seu avô e seu pai trabalharam no ramo e, após cursar ensino médio técnico em meio ambiente, ela também decidiu seguir a área. Atual presidente da empresa júnior de Engenharia de Minas e Geologia, Minas Jr., ela defende a desconstrução dos estigmas que envolvem a área. “A pessoas vêem a mineração como um mal, mas existem práticas para diminuir o impacto  no meio ambiente e restituir a área de extração em condições próximas às iniciais. Além disso, a geração de emprego e renda é enorme”, argumenta.

PARA SABER MAIS

Estrutura curricular https://ufmg.br/cursos/graduac...
Relação de candidatos por vaga em 2018: 7,85
Nota de corte no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2018: 718,68
Avaliação no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), em 2017: 4