Não é difícil imaginar que para a construção ou desenvolvimento de qualquer sistema complexo - um carro, avião, um equipamento hospitalar, uma planta industrial - são necessários diferentes profissionais da engenharia. O engenheiro mecânico planeja os mecanismos, o engenheiro elétrico elabora os circuitos e conexões, o engenheiro civil cuida das instalações. Mas quem conecta as diferentes competências? Essa é a função do engenheiro de sistemas, cuja missão é unir todas as pontas do trabalho, buscando a integração de cada uma das partes do sistema, para que o carro, avião ou qualquer outros dispositivo saia da fábrica em perfeito funcionamento.

Criado em 2010, o curso de engenharia de sistemas da UFMG foi pioneiro no Brasil. Ele se vale de conhecimentos de cálculo, física, química e estatística, mas também de saberes específicos de outras engenharias, além de ter uma forte base nas ciências da computação. O aluno deve, portanto, ter afinidade com a área de ciências exatas ou desenvolver essa habilidade no decorrer da graduação.

Teoria e prática se conectam em diversos laboratórios e o estudante também pode participar de iniciativas como o Projeto Sistemas Elétricos Experimentais (Selex), realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Por meio desse programa, os alunos de engenharia de sistemas desenvolvem oficinas de informática e eletrônica em conjunto com jovens que se encontram em centros de internação, tendo como objetivo a troca de saberes e a reinserção dos adolescentes em conflito com a lei na sociedade.

Por ser um curso novo e ainda incomum nas universidades, o mercado de trabalho para os engenheiros de sistemas tem inúmeras possibilidades: trabalhar com a otimização de processos em setores industriais, com o desenvolvimento de sistemas em empresas de engenharia ou informática, e ainda nos setores de aeronáutica, transportes e saúde, dentre outros. 

Recém-formada, Silvana Ribeiro, 26, foi agraciada com a medalha de ouro, como melhor aluna do curso. “Vi que as disciplinas do curso de engenharia de sistemas seguiam a linha do curso que eu já havia concluído no ensino médio - de técnica em informática industrial - e resolvi ‘arriscar’. Como o curso era muito novo, naquela época sem ainda aprovação do MEC, tive algum receio. Mas hoje não me arrependo da escolha”, conta. Apenas dois meses após a formatura ela já trabalhava como engenheira de desenvolvimento de produto na Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), com big data e na criação de ferramentas de análise de dados de voo.

Além disso, o profissional da área pode atuar na gestão técnicas de projetos, ou mesmo na liderança de equipes ligadas a projetos de sistemas. O diferencial em relação às outras engenharias, tanto na UFMG quanto nas outras universidades que oferecem o curso, é a visão ampla e global em relação aos problemas de engenharia. Isso porque a formação é complementada com uma grande carga de disciplinas na área das ciências humanas, que capacitam a formação de um profissional crítico, apto a refletir de forma ética sobre os impactos da tecnologia em nossa sociedade.

PARA SABER MAIS

Estrutura curricular https://ufmg.br/cursos/graduac...
Relação de candidatos por vaga em 2018: 12,96
Nota de corte no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2018: 725,32
Avaliação no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), em 2017: 4