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Nº 21 - Ano 2019 - 25.05.2019

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O que não falta é peneirada

Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é a principal forma de seleção para ingresso na graduação da UFMG, mas quem vai tentar o primeiro curso na instituição ainda pode enfrentar outros três tipos de seleção: prova de habilidades, prova bilíngue português-libras ou prova em línguas indígenas
 
A UFMG é instituição federal de ensino superior brasileira com maior número de inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). No primeiro ano em que aderiu à iniciativa do Ministério da Educação, em 2014, a procura pela Universidade mais do que dobrou: ultrapassou 146 mil, frente a pouco mais de 60 mil, em 2013. Aberto a estudantes que já concluíram o ensino médio e tenham prestado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Sisu passou a ser a principal forma de ingresso aos cursos de graduação da UFMG.

Registro acadêmico de calouros
Registro acadêmico de calouros Foca Lisboa

Em 2018, o Sisu UFMG abriu 6.339 vagas, com 155.386 inscrições de 114.543 candidatos - as regras permitem a candidatura a até dois cursos. No momento da escolha, o interesse nas respectivas áreas do conhecimento é o principal motivo apontado por mais de 80% dos estudantes no questionário sócio-econômico. A possibilidade de inserção no mercado de trabalho é o segundo motivo mais recorrente, mas tem influência muito menor, comparativamente, citado por 11,4% dos candidatos.

Além do Sisu, há outras quatro formas de ingresso para a graduação: a seleção por meio do Enem (fora do Sisu), o vestibular de habilidades, a prova específica para indígenas e a prova bilíngue português-libras.

Entenda o funcionamento do Sisu

O Sisu funciona com uma etapa única de inscrição tendo como base o desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Por meio de um formulário no site do Ministério da Educação, o candidato escolhe duas opções de curso e a modalidade de ampla concorrência ou de reserva de vagas. A seleção é automática: ao fim do prazo de inscrição, o sistema classifica os candidatos de acordo com a nota no Enem e a modalidade escolhida, indicando os selecionados para as universidades.

O candidato inscrito pode alterar seus dados durante todo o período em que o sistema de inscrição estiver aberto. O sistema vai considerar válida a última informação salva.

Caso não tenha sido selecionado na chamada regular do Sisu, o candidato ainda tem chance de ingressar na UFMG. Para tanto, é necessário manifestar o interesse de constar da lista de espera por curso na página do Sisu. Além disso, o interesse deve ser confirmado no sistema da UFMG. O período para este procedimento é estipulado a cada edição do Sisu e amplamente divulgado pela página do Sisu na UFMG. Neste caso, o candidato concorre apenas ao curso selecionado em primeira opção.

A UFMG participa apenas da primeira edição anual Sisu. Todas as informações sobre os procedimentos referentes ao processo seletivo estão disponíveis na página www.ufmg.br/sisu.

Habilidades e Libras

O vestibular de habilidades ocorre para os seis cursos da área de Linguística, Letras e Artes que exigem aptidões específicas: artes visuais, cinema de animação e artes digitais, dança, design de moda,música (bacharelado e licenciatura) e teatro. Nestes casos, os candidatos devem se submeter ao Enem como primeira etapa de seleção e, em seguida, inscrever-se pelo site da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve) para a seleção específica. Confira na reportagem da TV UFMG como é o vestibular de habilidades

Para o curso letras-libras, que estreia na UFMG no segundo semestre de 2019, haverá também uma seleção específica, para a qual as inscrições estão abertas. Conforme especifica o edital, a seleção é feita com base em uma prova de línguas (libras para os não surdos e português para não surdos) e uma prova de conhecimentos gerais em biologia, física, geografia, história matemática, química, línguas de sinais e surdez. Essa prova de conhecimentos gerais é aplicada, necessariamente, em libras.

Confira o edital em libras https://www.ufmg.br/copeve/Arq...

Formação cidadã

Os cursos de Licenciatura em Educação do Campo (Lecampo) e Formação Intercultural para Educadores Indígenas (Fiei) contam com processos seletivos diferenciados. A seleção do Lecampo considera apenas a nota da prova do Enem, enquanto o Fiei promove concurso com provas de múltipla escolha e de redação em três línguas (português, maxacali e guarani).

O Lecampo habilita professores para atuar nos últimos anos dos ensinos fundamental e médio, na área de Ciências Sociais e Humanas, em escolas que atendem as populações do campo. O Fiei, por sua vez, forma professores indígenas para lecionar na área de Ciências da Vida e da Natureza, prioritariamente nas escolas indígenas.

O Fiei e o Lecampo são realizados em alternância: numa parte do curso os estudantes ficam na UFMG e no outro período voltam para suas regiões. É uma política importante na perspectiva de uma universidade inclusiva, que valoriza a diversidade”, destaca a pró-reitora de Graduação, Benigna Oliveira.

Em 2019, a UFMG oferece ainda 12 vagas suplementares para estudantes indígenas, igualmente distribuídas nos cursos de agronomia, no campus regional de Montes Claros, e de ciências biológicas, ciências sociais, enfermagem, medicina e odontologia, em Belo Horizonte. Participaram da seleção indígenas brasileiros que concluíram o ensino médio e comprovaram residir em territórios indígenas.

O Programa de Vagas Suplementares para Estudantes Indígenas foi aprovado em caráter permanente pelo Conselho Universitário da UFMG em 2016. A iniciativa surgiu em 2009, como projeto experimental. No período de 2010 a 2013, 46 alunos indígenas ingressaram por meio de processo seletivo especial.

Benigna Oliveira lembra que as resoluções que regulamentam o programa estabelecem um tutor responsável pelo acompanhamento pedagógico dos estudantes indígenas, além de garantia a moradia e alimentação - assistência mantida, em grande parte, com recursos da própria Universidade.

Ter estes estudantes nos cursos contribui não só para a formação cidadã, mas para formação técnica, pois traz outra realidade, aponta outras necessidades e permite o compartilhamento de diferentes experiências”, analisa.

Dois estudantes indígenas estavam entre os 130 formandos em medicina da turma de 2016. Confira na reportagem da TV UFMG


Formas de ingresso diferenciadas

Transferência e obtenção de novo título

São voltadas para o público sem vínculo com a UFMG. A transferência é a mudança de um estudante de outra instituição de ensino superior para a UFMG. Já a obtenção de novo título possibilita a candidatura de pessoas que já concluíram um curso superior a uma nova graduação na Universidade. Nos dois casos, é obrigatório fazer o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). As demais exigências são detalhadas em editais específicos no site da Copeve.

Casos especiais

Há uma modalidade de transferência destinada a atender ao servidor público federal e seus dependentes, em situações de transferência de cidade, a bem do serviço público, conhecida por Transferência Especial. Estudantes estrangeiros, ou seus dependentes legais, funcionários de Missão Diplomática ou de Repartição Consular no Brasil podem fazer a matrícula de cortesia.

Reopção e rematrícula

São modalidades voltadas para o público interno à UFMG. A reopção é a mudança para outro curso, permitida ao aluno regularmente matriculado e admitido, desde que tenha integralizado de 35% a 75% dos créditos do seu currículo. Esse procedimento ocorre no primeiro semestre letivo, conforme previsto no calendário acadêmico, para provimento de vagas no segundo semestre letivo.

Já o aluno que interrompeu os estudos na Universidade pode retomar os estudos por meio da rematrícula, permitida para quem chegou a completar 50% dos créditos do curso, na versão curricular atualizada, e não tenha ultrapassado o tempo máximo de integralização estabelecido. O processo é condicionado aos critérios de distribuição de vagas remanescentes definidos pelos diversos colegiados e ocorre no primeiro semestre letivo.

Programa de Estudantes Convênio de Graduação (PEC-G)

Instrumento de cooperação educacional, científica e tecnológica entre o governo brasileiro e outros países. As vagas oferecidas pelo PEC-G são específicas para esse programa, que se baseia na iniciativa gerenciada pelos ministérios das Relações Exteriores e da Educação.

É possível ainda o ingresso de refugiados políticos como alunos de cursos de graduação, de acordo com a Resolução n° 03/2004, do CepeUFMG.

Os editais e demais informações dos exames podem ser obtidos junto à Comissão Permanente do Vestibular (Copeve) da UFMG.