O longa-metragem Marte um, escrito e dirigido pelo cineasta mineiro Gabriel Martins, será exibido nesta quarta-feira, 29 de novembro de 2023, no Centro Cultural UFMG. A produção representou o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar deste ano. A exibição, que começa às 19h, integra a programação da 6ª edição do Novembro Negro UFMG, que neste ano tem como tema Ancestralidade e coletividade: aquilombar para permanecer. A entrada é gratuita, com classificação indicativa de 16 anos.

Marte um é o primeiro filme mineiro selecionado para representar o Brasil no Oscar, e Gabriel Martins, diretor do longa, é o primeiro cineasta preto a ter uma obra escolhida pelo país para buscar uma indicação ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Segundo longa-metragem de Gabriel Martins – antes ele havia filmado No coração do mundo, ao lado de Maurício Martins –, Marte um é produzido pela Filmes de Plástico, produtora que nasceu em Contagem, a partir de edital federal de ação afirmativa de baixo orçamento, lançado em 2016. O filme foi rodado no fim de 2018 em Contagem, Belo Horizonte e Nova Lima.

A equipe e elenco do filme são majoritariamente formados por técnicos e artistas pretos.
O filme narra o cotidiano dos Martins, família negra de classe média baixa que reside em Contagem, no contexto de um governo conservador que acaba de assumir o poder no país. Tércia cuida da casa e passa por crises de angústia, Wellington quer ver o filho Deivinho se transformar em jogador de futebol profissional, enquanto o garoto sonha colonizar Marte, e a filha Eunice conhece um novo amor.

Pelo mundo
Em janeiro de 2022, Marte um fez sua estreia mundial no Festival Sundance de Cinema, nos Estados Unidos, o maior festival de cinema independente do mundo. Além de fazer parte da competição internacional, o filme também foi um dos escolhidos para abrir o evento e acabou sendo objeto de críticas positivas e matérias nos principais veículos de comunicação norte-americanos, como Variety, ScreenDaily, Deadline, IndieWire e The New York Times.

O longa-metragem já foi exibido em quatro continentes e soma 45 seleções em festivais de prestígio. Só nos Estados Unidos participou de uma dezena de festivais, como o Tribeca Film Festival, de Nova York, e conquistou o prêmio de melhor filme no Outfest, de Los Angeles, e no BlackStar Film Festival, da Filadélfia, além de ter sido escolhido pelo público como o melhor filme no Festival Internacional de São Francisco. No Brasil, a produção mineira conquistou quatro prêmios no Festival de Gramado, incluindo o de melhor filme pelo júri popular.