Decreto assinado pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, retirou da Secretaria Municipal de Educação a atribuição de promover discussões relacionadas à educação de gênero nas escolas municipais. As principais modificações são a substituição da Diretoria de Educação Inclusiva e Diversidade Étnico-Racial pela Diretoria de Diversidade Étnico-Racial, retirando a menção à palavra gênero.

Vereadores da bancada cristã da Câmara Municipal aprovam a mudança. Para eles, a configuração original da diretoria continha a chamada "ideologia de gênero" e seria contrária aos princípios tradicionais de família. Já vereadores da oposição consideram o decreto um retrocesso e criticam a ausência de debate público sobre o assunto.

Para a professora Joana Ziller, do Departamento de Comunicação Social e integrante do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG (BUH), o decreto é negativo, pois retira da Secretaria Municipal de Educação o poder de desenvolver políticas públicas que atendam as minorias dentro das escolas e deixa o caminho aberto para que não haja uma uniformidade sobre como as escolas trabalham o assunto. 

Embora o decreto traga uma mudança de nomenclatura, a Secretaria Municipal de Educação informou que continua comprometida com uma legislação que valorize a pluralidade dos sujeitos nas escolas e com os projetos e ações já em desenvolvimento na rede municipal.

Reportagem veiculada no Jornal UFMG desta quarta-feira, 27 de setembro de 2017.