Depredação de obras de arte no campus Pampulha preocupa comunidade
Professores da EBA falam sobre fruição e preservação do acervo artístico da UFMG
Quem passa pelo gramado entre o prédio da Reitoria e o bosque da Escola de Música, no campus Pampulha, já deve ter visto a obra Galileu, construída pelo professor e artista plástico Wilde Lacerda, em 1973. Nos últimos anos, muitas pessoas, talvez induzidas pelas pedras alojadas no seu entorno, começaram a supor que a forma de interagir com a instalação seria lançando-as nos canos de ferro para, assim, emitir sons.
O modo distorcido de apreciar essa e outras obras de arte tem preocupado os artistas da comunidade acadêmica. Em entrevista à TV UFMG, o professor Fabrício Fernandino, da Escola de Belas-Artes, explica que a forma correta de contemplar a escultura é se aproximando dela, sem ultrapassar o perímetro marcado pelos azulejos azuis, imaginar que a chapa de ferro ao fundo é o céu noturno e observar entre os canos, que funcionam como lunetas. Quem agir assim perceberá que a luz que entra por elas simula o brilho das estrelas no espaço.
Para o professor do Departamento de Artes Plásticas da EBA Luiz Souza, a falta de conhecimento da comunidade sobre obras artísticas tem provocado a depredação do acervo da Universidade espalhado por espaços públicos do campus Pampulha. Pichações, apedrejamentos e até furtos de partes de obras têm sido recorrentes.
Assista à reportagem, na qual Fernandino e Souza analisam o cenário e sugerem como experimentar a arte sem comprometer sua integridade.
Entrevistados: Luiz Souza e Fabrício Fernandino (professores do Departamento de Artes Plásticas da UFMG)
Produção: Natiele Lopes
Reportagem: Natiele Lopes e Ruleandson do Carmo
Imagens: Antônio Soares e Gabriel Santana
Edição de imagens: Otávio Zonatto