Estudantes da UFMG vencem competição de engenharia biomédica com bengala ultrassônica
Protótipo de braço mecânico colaborativo conquistou o segundo lugar na categoria motora do desafio
Bolsistas da UFMG que desenvolvem atividades no Laboratório de Inovação, Prototipagem e Simulação (Lips), no Instituto de Ciências Exatas (ICEx), alcançaram o pódio em duas categorias da etapa nacional da Biochallenge Brasil, na qual competem projetos de inovação em engenharia biomédica. Uma equipe conquistou o primeiro lugar na categoria visual; outra, o segundo lugar na categoria motora.
A engenharia biomédica, área contemplada pela competição, é um campo relevante para a física aplicada, especialmente no âmbito da instrumentação médica. Durante a Biochallenge Brasil, as equipes desenvolvem e apresentam soluções em tecnologias assistivas capazes de auxiliar no enfrentamento dos desafios postos pelas deficiências visual, auditiva e motora.
O evento é organizado pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), com o apoio da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (Sbeb). Equipes de 15 universidades participaram da etapa nacional da competição.
Bengala com sensores ultrassônicos
A equipe que conquistou o primeiro lugar na categoria visual é formada pelos estudantes João Pedro Menezes Oliveira (Física), Leonardo Lopes (Engenharia Mecânica), Lucas Barbosa Medeiros (Engenharia de Controle e Automação) e Samuel Antunes Vasconcelos de Morais (Engenharia de Controle e Automação). Eles desenvolveram uma versão aprimorada do projeto de bengala com sensores ultrassônicos com o qual haviam se classificado na etapa regional da competição, realizada no meio do ano, e receberam prêmio de R$ 2 mil.
“Para a competição nacional, os alunos aperfeiçoaram o projeto, tornando-o mais eficiente. Eles implementaram óculos que se comunicam com a bengala via wi-fi. Esses óculos contam com buzers (espécies de minialto-falantes) nos dois lados. Assim, quando a bengala detecta um obstáculo no lado direito ou no lado esquerdo do usuário, os óculos apitam do lado em que o obstáculo está”, explica o engenheiro Davi Lara, gerente técnico do Lips.
Braço colaborativo
A equipe que conquistou o segundo lugar na categoria motora é composta pelos estudantes Gabriela Viegas Moreira, João Vicente de Alves Ribeiro e Lucas Gabriel de Almeida Reis, todos do curso de Física. O trio também apresentou, com melhorias, o protótipo com o qual haviam vencido a etapa regional da competição. Trata-se de um braço mecânico colaborativo, controlado pelo movimento das mãos, com a utilização de um acelerômetro (dispositivo que detecta a inclinação de aparelhos e gera comandos, como no caso do giro da tela de smartphones).
“Na época da competição regional, o braço mecânico colaborativo se comunicava por meio de fios. Para a etapa nacional, os alunos implementaram wi-fi no protótipo, removendo todos aqueles fios”, detalha Davi.
A etapa nacional da Biochallenge Brasil foi realizada no início deste mês, no campus Ribeirão Preto da USP, durante o Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica (CBEB).