Pessoas

Professora da FaE vai conduzir projetos de educação inclusiva em diretoria do MEC

Josiane Pereira Torres foi nomeada para função na Coordenação Geral da Política Pedagógica da Educação Especial

Josiane: trabalho no Ministério da Educação vai preparar professores
Josiane: ingresso e permanência de alunos com deficiência e preparação do ambiente escolar para lidar com esse contexto são desafiosFoto: Arquivo pessoal

A professora Josiane Pereira Torres, do Departamento de Administração Escolar da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG, foi nomeada para função na Coordenação Geral da Política Pedagógica da Educação Especial, que integra a Diretoria de Políticas de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC). 

A Secadi é responsável por planejar, coordenar, monitorar e avaliar, em articulação com os sistemas de ensino, a implementação de políticas públicas para as relações étnico-raciais, a alfabetização e educação de jovens e adultos, a educação do campo, a educação escolar indígena, a educação escolar quilombola, a educação em direitos humanos, a educação ambiental e a educação especial.

Para a professora, que ingressou na UFMG em 2019, o convite é especial porque vai ao encontro de sua trajetória como pesquisadora no campo das políticas de inclusão. Ela explica que, no Brasil, muitas pessoas com deficiência ainda estão fora da escola ou não acompanham a evolução escolar, ou seja, não conseguem permanecer nos estudos.

“Estou otimista com o trabalho que será feito porque esse tema é muito importante. Os estudantes com deficiência foram muito negligenciados ao longo do tempo e sempre estiveram à margem da sociedade, daí a necessidade de o MEC ter uma Diretoria com a missão de elaborar e implementar políticas públicas direcionadas a eles", argumenta.

Josiane Torres acrescenta que, além do ingresso e da permanência desses estudantes no ciclo escolar, também há o desafio de preparar as escolas e professores para receber e acolher esses alunos. “As políticas devem se voltar também para os professores, que precisam estar preparados. Apesar do número de estudantes com deficiência matriculados ter crescido, a permanência desses alunos na escola não acompanha esse crescimento. A Diretoria onde atuarei também vai se ocupar da formação dos professores, da acessibilidade física nas escolas e da acessibilidade pedagógica. Assim, esses estudantes serão capazes de avançar na escolarização”, projeta.

Convivência é benéfica para todos
A professora explica que já é consenso no meio acadêmico que o melhor local para os estudantes com deficiência são as escolas regulares localizadas nas proximidades de suas casas, uma vez que o convívio com os alunos sem deficiência é benéfico para todos. Segundo ela, o cotidiano escolar é essencial para que estudantes com e sem deficiência evoluam nos aprendizados e como cidadãos.

“As diversas pesquisas e artigos científicos publicados no mundo todo comprovam isso. Os estudantes com deficiência, quando integrados desde o ensino básico até a graduação, ajudam também no desenvolvimento dos outros estudantes. Daí a importância de elaborarmos e implementarmos políticas públicas que visem a essa integração", sustenta a professora.

Entre as atividades que serão exercidas por Josiane Torres em Brasília, estão a implementação da formação inicial e continuada de profissionais da educação especial, a elaboração e disponibilização de materiais didáticos destinados à educação especial e o monitoramento e avaliação das políticas, programas e ações. “Além de criar as políticas, vamos monitorar a aplicação delas, de forma a que se evolua nesse tema”, conclui a professora da Faculdade de Educação.

Luana Macieira