Restaurado, Presépio do Pipiripau é reaberto nesta quarta
Uma das mais expressivas obras da cultura popular de Belo Horizonte, o Presépio do Pipiripau está sendo reinaugurado nesta quarta, dia 26, após passar por minucioso processo de restauração. Construído pelo artesão Raimundo Machado Azeredo durante 82 anos, o presépio, instalado no Museu de História Natural e Jardim Botânico, mistura cenas da vida de Cristo com aspectos do cotidiano mineiro do século passado.
A restauração é resultado de parceria entre a UFMG e o Instituto Unimed-BH. A solenidade ocorreu na sede do Museu (rua Gustavo da Silveira, 1.035, bairro Santa Inês), com participação do cantor Maurício Tizumba, com performance com a música Três reis. O Presépio estará aberto para visitação às quartas, quintas e sextas, às 11h e às 16h, e aos sábados e domingos, às 11h, 12h, 15h e 17h.
Instalação construída ao longo de 82 anos (1906-1988), o Presépio do Pipiripau tem cerca de três mil objetos e 45 cenas que mobilizam 586 figuras, numa área de 20 metros quadrados. Autodidata, Raimundo Machado nunca projetou o resultado final da obra, cujos quadros surgiram da curiosidade, da habilidade e da devoção do próprio criador. Ele trabalhou na manutenção do presépio até a sua morte, em 1988.
Com peças modeladas em argila, papel machê, conchas e outros materiais – e engenhoso maquinário desenvolvido com barbante, carretéis de linha, polias, mecanismos de relógio, radiola, gramofone e todo tipo de maquinário que seu criador conheceu ao longo do século 20 –, o Pipiripau foi incorporado ao patrimônio da UFMG, em 1976, e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1984.
O projeto de restauração e modernização da obra foi aprovado pelo Iphan, com financiamento regulado pela Lei Rouanet. A captação, iniciada em 2005, foi firmada com o Instituto Unimed, em dezembro de 2011, no valor de R$ 565 mil. Em janeiro do ano seguinte, o presépio foi fechado para execução do diagnóstico para reparo. A partir daí, foram elaborados os projetos complementares, como instalações elétricas, hidráulicas e de prevenção a incêndio, segurança eletrônica, sonorização e sinalização de emergência. A restauração começou em 2014 e foi finalizada no último mês de fevereiro.
O complexo processo de revitalização do Pipiripau está descrito em reportagem publicada na edição desta semana do Boletim UFMG. Leia:
O vasto mundo de Raimundo
Obra de devoção
Memória preservada
Assista também ao vídeo produzido pela TV UFMG sobre a restauração: