Software que subsidia decisões clínicas sobre diabetes e hipertensão é tema de entrevista
No programa Conexões, a líder do projeto Milena Marcolino, professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, falou sobre o sistema
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada 11 pessoas têm diabetes. Esse número cresceu 31% em 2019 e segue em crescimento. Outra doença que tem grande impacto no brasil é a hipertensão, que, segundo o Ministério da Saúde, acomete 35% da população adulta do país. Essas duas doenças são silenciosas, ou seja, só apresentam sintomas quando estão num estágio avançado de desenvolvimento que põe em risco a vida do paciente.
A hipertensão e o diabetes são doenças crônicas, com as quais o paciente terá que lidar até o fim da vida, e têm relação com complicações cardiovasculares. As principais causas dessas doenças são a falta de atividade física e a má alimentação. Assim, um acompanhamento médico frequente, como exames de rotina e consultas anuais, pode minimizar as chances do desenvolvimento da doença.
Pensando nesse problema de saúde pública, pesquisadores da UFMG, em parceria com as universidade federais dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e de São João del-Rei (UFSJ), desenvolveram um software de apoio à decisão clínica, para o diagnóstico primário de diabetes e hipertensão.
Em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta segunda-feira, 1º, a professora Milena Marcolino, do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenadora-científica do Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da UFMG, falou sobre o projeto e o funcionamento do software.
O trabalho resultou no artigo Development and Implementation of a Decision Support System to Improve Control of Hypertension and Diabetes in a Resource-Constrained Area in Brazil: Mixed Methods Study, que integra o projeto HealthRise Brasil, estudo multinacional desenvolvido para implementar programas-piloto para melhorar o rastreamento, o diagnóstico, a gestão e o controle da hipertensão e do diabetes em comunidades carentes ao redor do mundo. As intervenções elaboradas no âmbito do projeto já foram implementadas em comunidades da África do Sul, dos Estados Unidos e da Índia.
Além da professora Milena Marcolino, assinam o artigo os pesquisadores Antonio Luiz Ribeiro, João Antonio Queiroz Oliveira e Kaique Amancio, da Faculdade de Medicina da UFMG; Junia Xavier Maia, Leonardo Bonisson Ribeiro e Thábata Queiroz Vivas Sá, do Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da UFMG; Christiane Corrêa Rodrigues Cimini, Lissandra Coelho e Vânia Soares Oliveira Almeida Pinto, da UFVJM, e Clareci Silva Cardoso, da UFSJ.