Até 2015, a UFMG não tinha qualquer acordo assinado com universidades da Coreia do Sul. Hoje, há relações formais com nove instituições, envolvendo cooperação, intercâmbio e duplo diploma, entre outros mecanismos. Foi nesse contexto, de crescimento significativo das interações, que a UFMG recebeu na manhã desta quinta-feira, 4, a visita do embaixador da República da Coreia no Brasil, Kim Cham-woo.

O diplomata veio também com a missão de inaugurar o Festival da República da Coreia, que a UFMG abriga até amanhã, com atividades no auditório e no mezanino do prédio da Reitoria.

“O principal objetivo do festival e da minha visita é mostrar a história e a cultura da Coreia do Sul. Os estudantes desta universidade estarão entre os líderes do Brasil. É importante que conheçamos uns aos outros, como forma de diminuir a distância entre os dois países”, afirmou Kim Chan-woo.

A representação da Coreia promove eventos em outras seis cidades brasileiras. O embaixador lembrou que, em 2019, serão celebrados 60 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Coreia e o início de um novo ciclo dessa amizade, de acordo com as tradições coreanas.

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida destacou as recentes iniciativas de cooperação e disse que a Coreia deve servir de exemplo para o Brasil. “Trata-se de um país que superou crises profundas com investimento maciço em educação, ciência e tecnologia”, lembrou a reitora, acrescentando que são ótimas as perspectivas de maior aproximação com as instituições coreanas. Segundo Sandra Almeida, o estreitamento dos laços se deve, em grande parte, ao trabalho do Centro de Estudos da Ásia Oriental, uma das instâncias dedicadas às relações e à pesquisa de âmbito internacional na UFMG.

O encontro teve a participação também do secretário de Assuntos Políticos da Embaixada da Coreia, Kiseok Michael Kang, do vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira, do diretor de Relações Internacionais da UFMG, Aziz Tuffi Saliba, e do professor da Faculdade de Letras Seung Hwa Lee.

Península em reconciliação
Em palestra logo após a reunião com a reitora Sandra Goulart Almeida, Kim Cham-woo abordou a história da península coreana e os esforços recém-iniciados pela reconciliação com a Coreia do Norte – a península foi dividida em duas partes em 1948, por imposição das divergências que marcaram o período pós-Segunda Guerra.

“Temos 5 mil anos de história, e durante mil anos fomos uma só Coreia. Como se vê, os 70 anos de separação são muito pouco diante desse passado”, enfatizou o embaixador, lembrando que uma das tragédias provocadas pelos conflitos foi a separação radical de milhões de famílias.

A respeito do sucesso econômico conquistado nas últimas poucas décadas e que é um dos motivos de orgulho da Coreia do Sul, Kim afirmou que é resultado da paixão pela educação e da valorização do desenvolvimento tecnológico. “Somos um país integralmente conectado, que se prepara de forma consistente para a quarta revolução industrial, com investimentos em aspectos como a internet das coisas e a realidade aumentada.”

Além de trabalhar pelo alívio da tensão militar com a Coreia do Norte e pela desnuclearização da península, segundo o embaixador, a República da Coreia prega que a conscientização de que China, Japão e Coreia têm uma história comum é fundamental para a harmonia na região. “Essa mudança de mentalidade e a reunificação da península coreana serão importantes contribuições para a paz no Sudeste asiático e no mundo”, completou o diplomata.

Leia mais sobre o Festival da República da Coreia e sobre as relações institucionais com a UFMG.