Intercâmbio em Museologia
O crescimento da Museologia no país está relacionado com os esforços de professores e pesquisadores na construção e ampliação dos cursos de graduação e com as ações do Plano Nacional de Museus (PNM) e do Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Os investimentos do Governo Federal na área museológica, na última década, por meio das ações do Ministério da Cultura (MinC), tiveram reflexos na criação de novos museus e instituições que cuidam do patrimônio e da memória, o que gerou a necessidade de profissionais com formação em Museologia – os museólogos.
Ainda como parte integrante dessa política cultural, houve a criação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia federal responsável pelo setor museológico e pelos museus federais. Nesse cenário, acreditamos que as ações em prol do crescimento e do fortalecimento das instituições museais despertaram também nas instituições de ensino superior o reconhecimento da importância de formar profissionais bem preparados para trabalhar nesses espaços.
É preciso, pois, divulgar a oferta dos cursos de Museologia no Brasil e algumas possibilidades de estudo no exterior, a fim de incentivar alunos e egressos a buscarem intercâmbio dentro do próprio país e em outros. Atualmente, são 17 cursos em funcionamento, distribuídos nas cinco regiões brasileiras: quatro cursos na Região Nordeste (UFRB, UFPE, UFBA e UFS); quatro na Região Sul (UFRGS, UFSC, UFPel e Unibave); seis cursos na Região Sudeste (UFMG, Ufop, Unirio, Unifai, Faeca e Unicastelo); dois na Região Centro-Oeste (UnB e UFG); um curso na Região Norte (UFPA). Além dos cursos de graduação, em sua maioria nas universidades públicas, existem também os cursos técnicos, de especialização e de pós-graduação em Museologia.
Há oportunidades de formação e aprimoramento para alunos (calouros e veteranos) e para os egressos dos cursos de Museologia, que podem realizar intercâmbios interinstitucionais. A experiência do intercâmbio possibilita outras vivências, troca de conhecimentos e proximidade com outras práticas museológicas, tão importantes para o fortalecimento do campo, além de do contato dos alunos com outras rotinas, outras realidades.
O intercâmbio possibilita proximidade com outras práticas museológicas e contato com outras rotinas
Para os interessados no intercâmbio internacional, existem possibilidades na Alemanha (Johannes Gutenberg-Universität Mainz; Ruhr Universität Bochum); na Argentina (Universidad Nacional de La Plata); na Austrália (University of Sydney; University of Canberra); no Canadá (Université du Québec; Université Laval); na Croácia (University of Zagreb); na Espanha (Universidad de Sevilla; Universidad de Jaén); nos Estados Unidos (Baylor University; University of Texas at Austin); na Finlândia (University of Applied Sciences); na França (Université Blaise Pascal; Université de Grenoble); na Holanda (Vrije Universiteit Amsterdam; Reinwardt academy); na Índia (University of Calcutta; Aligarh Muslim University; Jiwaji University); na Inglaterra (University Of Leeds; University of Manchester; University of Central Lancashire; University of Brighton); em Israel (Bezalel Academy of Arts and Design); na Itália (Università Degli Studi di Bologna; Università Degli Studi di Siena); no México (Escuela Nacional de Conservación, restauración y museografía); na Nova Zelândia (University of Massey); em Portugal (Universidade do Algarve; Universidade do Porto; Universidade de Évora), entre muitos outros países.
O curso de Museologia, como é chamado em nosso país, recebe, em outros lugares, denominações como Museum Studies, no caso dos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia. Na Europa, a formação do museólogo ocorre, sobretudo, em escolas de Artes, de História e em programas de Estudos Culturais. A Universidade do Porto, em Portugal, particularmente, oferta o mestrado e o doutorado em Museologia.
As universidades citadas representam apenas parcela de uma centena de possibilidades de intercâmbio, pois existem outros programas de graduação ou pós-graduação destinados a estudantes de Museologia, dada a natureza interdisciplinar das instituições museais e do campo do conhecimento. É importante ressaltar que o interessado em realizar intercâmbios deve estar atento ao grau do curso de Museologia oferecido no país de destino, porque, diferentemente do Brasil, em outros países é comum a oferta desse curso no nível da pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado).
Vale a pena também conferir no Setor de Intercâmbios da Diretoria de Relações Internacionais da UFMG a existência de convênios vigentes entre a UFMG e a instituição desejada, o que facilita esse trânsito.
Os museus e seus visitantes agradeceriam. Programem-se, e boa viagem!
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*Doutoranda em Ciência da Informação e bibliotecária da Escola de Ciência da Informação (ECI) da UFMG