Cru, cozido e repartido
Professor Mauro Rodrigues e ex-alunos da Escola de Música transformam afinidade artística em disco
Quatorze anos de história e afinidade musical acabam de ser sintetizados em um disco: Cru, cozido e repartido. O primeiro álbum de Mauro Rodrigues, professor da Escola de Música, conta com a participação do Musicosferas, grupo de músicos egressos da UFMG, formado por Rafael Martini (piano), Pedro “Trigo” Santana (contrabaixo) e Antônio Loureiro (bateria/percussão). O álbum foi lançado na semana passada em show no Conservatório UFMG.
A história do álbum, de acordo com Rodrigues, começou em 2004, quando os três artistas do Musicosferas ainda eram seus alunos na Escola de Música da UFMG. “Mesmo depois de todos esses anos, sempre mantivemos contato, apesar de não estarmos mais tocando juntos”, relata o professor. A iniciativa de reunir os ex-alunos e o professor para gravar o álbum partiu de Pedro Santana.
O nome do disco surgiu durante a preparação para o 50º Festival de Inverno da UFMG, do qual Mauro Rodrigues foi diretor artístico. “Em uma das reuniões, em que debatíamos o tema do Festival, sugeri Cru, cozido e repartido. Brincaram comigo dizendo que parecia nome de disco. Fiquei com aquilo na cabeça e, mais tarde, percebi que realmente tinha tudo a ver com música e processo criativo”, afirma.
Da criação à partilha
O professor explica que a dimensão do “cru” manifesta o exato momento do impulso criador, ou seja, o levante da criatividade. “Cozido” remete ao calor da interação dos músicos proporcionado pelo ato de tocar, e “Repartido” está relacionado ao momento auge, no qual artistas e público fruem a canção no mesmo espaço.
O disco foi gravado em dezembro do ano passado, e quatro apresentações prévias foram realizadas. “Após essa preparação, ficamos durante uma semana em um sítio, apenas tocando e gravando. Essa imersão potencializou o processo criativo e proporcionou um ambiente fluído para a música”, explica o professor.
O álbum conta com dez composições de Mauro Rodrigues e adaptações para flauta de duas peças de Johann Sebastian Bach. O professor salienta que a oportunidade, além de registrar um longo trabalho, propicia o que há de mais prazeroso: tocar. “O disco é uma porta para futuros convites e trabalhos, mas o que a gente quer mesmo é tocar juntos”, finaliza.