Genes dos Andes

Cerco ao mosquito

Projeto vai monitorar circulação, nos campi da UFMG, de vírus transmitidos pelo ‘Aedes aegypti’

A UFMG apresentou, na última semana, projeto de monitoramento e controle de arboviroses – zika e chicungunya – transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti nos campi da UFMG.

O trabalho vai monitorar a população do mosquito adulto em tempo real, orientar as ações de controle sobre formas imaturas e indivíduos adultos, registrar a circulação dos vírus da dengue, chikungunya e zika, verificar a resistência do mosquito aos inseticidas e propor ações de controle integrado do vetor.

A iniciativa é desdobramento de esforços de monitoramento da população do mosquito no campus Pampulha empreendido por pesquisadores do ICB, desde 2006. De acordo com a equipe do projeto, a Universidade pode se tornar polo de transmissão de doenças, uma vez que, só no campus Pampulha, circulam mais de 50 mil pessoas – entre estudantes, servidores, prestadores de serviço e visitantes. O vetor está presente durante todo o ano e em todas as unidades. Para que as doenças sejam transmitidas, é necessário que o mosquito esteja infectado e que a pessoa picada não tenha tido contato anterior com o vetor.

Coordenado pelo professor Álvaro Eduardo Eiras, do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), o projeto é fruto de parceria da Pró-reitoria de Administração (PRA), por meio do Departamento de Gestão Ambiental (DGA), com o Lintec, laboratório dedicado à inovação e ao empreendedorismo em controle de vetores, vinculado ao ICB.

Armadilha para as fêmeas

Armadilha que atrai fêmeas do mosquito
Armadilha que atrai fêmeas do mosquito Acervo do projeto

O acompanhamento será feito por meio da armadilha GAT (Gravid Aedes Trap). O objeto exala um odor específico que atrai e apreende as fêmeas do Aedes, que são as responsáveis pelas infecções. Posteriormente, os insetos serão examinados para verificação de infecção. Atualmente, estão instaladas 167 armadilhas no campus Pampulha e 24 no campus Saúde.

Outra preocupação que move o projeto é a necessidade de conscientização e adesão da comunidade acadêmica. Para a análise correta das populações do Aedes, é fundamental que as armadilhas não sejam deslocadas, tombadas ou utilizadas como depósito de lixo. Caso alguma delas esteja nessas condições, a equipe do projeto pode ser contatada pelo e-mail controleaedes@dga.pra.ufmg.br ou pelos telefones (31) 3409-4635 e 3406-3849.

As arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti estão entre os principais problemas de saúde pública do mundo. Atualmente, esse vetor transmite diversos vírus no território brasileiro, como dengue, chikungunya, zica, moyaro, encefalites de Saint Louis e febre amarela.

[Matéria publicada no Portal UFMG em 27/3/2019]