Tempos de inclusão
Impactos das tecnologias digitais no ensino superior serão discutidos em congresso de inovação e metodologias
Ensino-aprendizagem em tempos digitais é o tema de congresso que começa nesta terça-feira, 2, no campus Pampulha, com o objetivo de discutir tecnologias digitais que incidem fortemente nos processos educacionais, especialmente nas formas de ensinar e aprender. A conferência de abertura, Mentes digitais: aplicações, implicações e especulações, será ministrada a partir das 9h desta quarta-feira, dia 3, pelo professor emérito do Departamento de Ciência da Computação Nívio Ziviani, no Centro de Atividades Didáticas de Ciências Exatas (CAD 3), campus Pampulha.
Com mais de 300 inscritos e 92 trabalhos que serão apresentados nos dias 4 e 5, o 4º Congresso de Inovação e Metodologias no Ensino Superior tem formato de fórum permanente, que inclui atividades em datas anteriores e posteriores ao encontro anual. O evento é promovido pela Pró-reitoria de Graduação (Prograd), por meio da Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (Giz).
Assunto em destaque na programação, a educação inclusiva será abordada em minicurso, mesa e debate, que abrangem discussões sobre tecnologias e inclusão, conversa – presencial e via redes sociais – com usuários de tecnologias assistivas e diálogo com coordenadores de colegiados sobre a construção coletiva de práticas institucionais para melhor receber pessoas com deficiência em atividades acadêmicas.
Na solenidade de encerramento, três professoras da UFMG serão homenageadas com o prêmio Sucessos do ofício, instituído para destacar experiências docentes que marcaram a trajetória acadêmica de estudantes. “Podemos ver na trajetória das docentes premiadas, descritas por seus alunos, iniciativas que contribuem para a formação técnica, mas especialmente para sua formação como cidadãos, como pessoas comprometidas com a realidade do país e com construção de uma sociedade mais justa”, observa a pró-reitora de Graduação, Benigna de Oliveira.
Grupos de colaboração
Dentro do modelo de congresso permanente, que compreende três ciclos articuladores, os organizadores do evento lançaram, na semana anterior ao Congresso, a tese A inteligência artificial substituirá o professor. Por meio de ferramenta específica, os participantes do 4º Congresso têm discutido os efeitos das tecnologias digitais, e, durante a apresentação dos trabalhos, haverá comentários à tese. A ideia é lançar, na fase pós-congresso, e-book com os trabalhos apresentados e continuar as discussões na plataforma, guiadas pela mesma tese.
O pré-congresso foi realizado de março a dezembro de 2018, com mesa-redonda e oficinas presenciais e on-line, atividades que reuniram mais de 400 participações. De acordo com a professora da Faculdade de Educação e diretora do Giz, Maria José Batista Pinto Flores, o congresso tem-se consolidado como espaço que congrega professores e estudantes de pós-graduação e graduação em prol da socialização e da produção de conhecimento sobre o ensino. “O tema desta quarta edição contempla as tecnologias digitais nos processos de ensino-aprendizagem na educação superior. ‘Tempos digitais’ é o tempo em que estamos vivendo e convivendo, que nos afeta em nossas relações cotidianas e tem fortes implicações políticas, culturais, educacionais, sociais e econômicas”, analisa.
Segundo Benigna de Oliveira, a Prograd estabeleceu, entre suas ações prioritárias, a valorização da docência, o que inclui iniciativas como a criação e o fortalecimento de espaços interativos e dialógicos para reflexão e troca de experiências relacionadas à prática docente. “Também pretendemos fomentar a inovação nos currículos e nos processos de ensino-aprendizagem. A temática e o formato do 4º Congresso, em consonância com essas propostas, possibilitam que essas discussões e o compartilhamento de experiências envolvam todos os segmentos da comunidade acadêmica da UFMG e ampliem o debate para a comunidade externa”, pondera.
Inclusão
Em minicurso para coordenadores dos colegiados da UFMG, a diretora do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), professora Adriana Valladão, vai abordar os dispositivos e suportes que o NAI pode oferecer e orientará sobre os limites de cada uma das demandas dos alunos que chegam à Universidade por meio das cotas para pessoas com deficiência.
“Temos que trabalhar com o princípio da razoabilidade, sempre buscando a independência e a autonomia do aluno”, diz a professora. A intenção é convidar coordenadores, docentes e os próprios alunos a participar da construção coletiva de conhecimento e de ferramentas para atender cada vez melhor esse público. “Essa é uma parceria que precisamos construir juntos, pois não é possível trabalharmos separadamente: os professores e os coordenadores de colegiado conhecem o curso, a área e as especificidades das disciplinas. E o aluno é fundamental nessa discussão, porque tem a vivência e a experiência da deficiência”, destaca Adriana.