O curso de Antropologia na UFMG foi um dos que nasceram no âmbito do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), em 2009. Ofertado apenas no período noturno, envolve o estudo da vida humana e de seus coletivos e a observação do modo de vida das pessoas e das diversas culturas existentes.
O ciclo básico, que abrange os dois primeiros períodos, engloba disciplinas de introdução à antropologia, à linguística, à sociologia e à filosofia, o que leva à sólida formação humanística desde o primeiro ano de graduação. Ao final do segundo semestre, cada estudante escolhe entre as duas habilitações: antropologia social ou arqueologia. Esta dupla formação prepara profissionais complexos, aptos a propor e compreender diálogos entre ambas as áreas.
A antropologia social trabalha principalmente com coletivos vivos, ou seja, pessoas em diferentes locais, e estuda como elas se organizam e compreendem os saberes de suas culturas. Já a arqueologia trabalha com as diferentes sociedades por um viés material; por isso, é chamada de “estudo das coisas do passado”. Independentemente da habilitação, para cursar a antropologia é preciso ter interesse em estudar a humanidade e como seus povos, antigos ou contemporâneos, agem no mundo.
Para o antropólogo, até o lixo tem muito a dizer sobre as culturas. Isso mesmo. no Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia da UFMG, por exemplo, está sendo desenvolvida uma pesquisa que busca investigar mudanças econômicas, políticas e culturais a partir de escavações em um aterro sanitário que durante três décadas serviu como depósito de resíduos produzidos na capital mineira. Confira na reportagem da TV UFMG.
Além das disciplinas obrigatórias, que se aprofundam na teoria, as optativas possibilitam experiências práticas, imprescindíveis no estudo da antropologia — tanto na arqueologia, com escavações arqueológicas e trabalhos em laboratório com as peças encontradas nos sítios, quanto na antropologia social, com visitas em campo e contato com populações tradicionais, rurais e urbanas. Há também projetos de extensão e de iniciação científica que permitem o contato com a população fora da universidade e o aprofundamento na pesquisa, respectivamente.
A belo-horizontina Flora Villas, 21, aluna do sexto período de antropologia social, estuda a antropologia do gênero, na iniciação científica. “Pesquiso a internet como plataforma para denúncias de violência de gênero e como os coletivos cyberfeministas se articulam para criar uma plataforma segura de denúncias para as mulheres e pessoas LGBTs”. Além disso, o próprio ambiente acadêmico permite a reflexão e o diálogo característicos da área. “Algo interessante sobre a antropologia é a grande interação que ocorre, tanto por parte dos professores quanto dos alunos, com o ambiente político em que vivemos. É uma formação muito participativa nas pautas políticas da universidade e do país, e isso se reflete dentro de sala de aula”.
O mercado de trabalho dos arqueólogos abrange o licenciamento ambiental, pela necessidade de pesquisas e acompanhamento de obras em determinados locais. Na antropologia social, pode-se produzir laudos para a demarcação de terras e para o reconhecimento de saberes e culturas tradicionais.
No geral, os egressos da antropologia podem se dedicar à pesquisa, ao seguir a carreira acadêmica, ou ao trabalho em setores públicos e organizações não-governamentais, que têm crescido nos últimos anos e demandam profissionais com formação específica nestas áreas.
PARA SABER MAIS
Estrutura curricular https://ufmg.br/cursos/graduac...
Relação de candidatos por vaga em 2018: 13,3
Nota de corte no Sistema de Seleção Unificada (Sisu): 691,92
Avaliação no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade): curso ainda não foi avaliado