Einstein não foi apenas o autor da Teoria da Relatividade, mas também um importante filósofo. A observação foi feita por Luiz Oosterbeck, secretário-geral do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas da Unesco, para ressaltar a importância das humanidades na construção do conhecimento, durante a Conferência Internacional Sul-Americana Territorialidades e Humanidades. O evento foi sediado pela UFMG em 2016, como parte das comemorações dos 90 anos da Universidade. As discussões foram pautadas no papel central das reflexões neste campo do saber para o enfrentamento das questões sociais contemporâneas, tais como as políticas antirracismo, os fluxos migratórios e as relações entre as populações e o meio ambiente em várias partes do mundo.
As ciências humanas correspondem às especialidades ligadas ao homem e à sua história e comportamento. Na UFMG, a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) completa 80 anos em 2019. Na época de sua fundação, na primeira metade do século 20, a ideia era criar um espaço de formação para o que se chamava de “saber desinteressado”: um conhecimento científico básico, que não estivesse estritamente ligado à capacitação profissional.
Resquícios dessa cultura parecem se perpetuar na instituição: as ciências humanas detêm o menor percentual de ingressantes que escolheram o curso motivados pela inserção no mercado de trabalho – apenas 3,3%. Ao mesmo tempo, a área tem o maior índice de estudantes já graduados, 16,6%, o que também pode ser lido como indício de uma postura mais reflexiva.
