'Ceale debate' aborda relação entre algoritmos, racismo e ensino de língua portuguesa
A edição de agosto do Ceale debate, que será realizada na terça-feira (26), às 19h, vai abordar as relações entre algoritmos, racismo e o ensino de língua portuguesa. Na atividade, o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Júlio Araújo apresentará sua pesquisa que propõe pensar os algoritmos como "textos invisíveis, opacos, mas profundamente performativos". A professora e pesquisadora do Ceale Mônica Araújo fará a mediação.
A live poderá ser assistida ao vivo.
Durante o encontro, Júlio Araújo apresentará o Triângulo Discursivo da Textualidade Algorítmica (TDTA), metodologia que analisa algoritmos a partir de três dimensões interdependentes: Texto-Prompt (TP) – entradas realizadas pelos usuários; Texto-Algoritmo (TA) – processos invisíveis de interpretação feitos pelos sistemas, atravessados por vieses e parâmetros técnicos; Texto-Resposta (TR) – saídas geradas como escolhas discursivas, capazes de reproduzir ou tensionar desigualdades.
A análise será exemplificada pelo caso de racismo algorítmico contra a nutricionista Bruna de Oliveira, ocorrido no LinkedIn. Segundo o pesquisador, essa leitura crítica possibilita compreender como algoritmos atualizam opressões estruturais, ao mesmo tempo que abrem caminhos de resistência e luta por justiça racial e digital.
O objetivo do debate é contribuir para a construção de práticas de letramento algorítmico no ensino de língua portuguesa, em diálogo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com perspectivas de uma educação antirracista, crítica e cidadã.
Certificados serão emitidos para os participantes que preencherem o formulário durante a transmissão. Posteriormente, estarão disponíveis no site da Faculdade de Educação.
Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail cealedebate@gmail.com.
Júlio Araújo
Na UFC, Júlio Araújo atua no Departamento de Letras Vernáculas e no Programa de Pós-graduação em Linguística. Coordena o grupo de pesquisa Discursos & Digitalidades e o Laboratório de Letramentos e Escrita Acadêmica. Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, fez estágios de pós-doutorado em Estudos Linguísticos (UFMG) e em Humanidades (Unilab).
Sua pesquisa se insere na Linguística Aplicada Crítica, em diálogo com a Pragmática e as Teorias Críticas do Discurso, com ênfase em exclusão algorítmica, racismo algorítmico, desinformação, discurso de ódio, gêneros digitais e letramentos críticos. Foi vice-presidente da Associação de Linguística Aplicada do Brasil (Alab) e da Associação Brasileira de Estudos sobre Hipertexto e Tecnologia Educacional (Abehte).
