Político-administrativo

Programação do mês de conscientização sobre afasia

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Junho é considerado o mês da afasia, um distúrbio adquirido da linguagem. Para comemorar a data, o Centro de Convivência de Indivíduos Afásicos – projeto de extensão do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG – preparou uma programação especial para a última semana do mês, com ações no saguão de entrada da Faculdade. No dia 25, acontece o 'Vamos Conversar Sobre Afasia?', em que serão divulgados trabalhos e distribuídas cartilhas informativas.

Já no dia 27, a Instituição receberá o 'Arraiá da Afasia', às 12h, com apresentação do coral dos afásicos, acompanhado da venda de comidas típicas de festas juninas.

A iniciativa reforça a Campanha Internacional de Conscientização da Afasia, que começou em 2018 com a American Speech-Language-Hearing Association (Asha) e foi abraçada pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa). Por isso, durante toda a semana, serão divulgadas informações sobre a Campanha.

“O objetivo é divulgar esse distúrbio importante e impactante na qualidade de vida das pessoas e dizer que existe uma forma de intervenção, de tratamento”, comenta Érica de Araújo Brandão Couto, professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade e coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da UFMG.

O que é?

A disfunção consiste na perda total ou parcial da capacidade de expressão ou compreensão da linguagem falada ou escrita, causada por danos nas áreas cerebrais responsáveis pelo controle da linguagem.

Clinicamente, existem dois tipos dessa disfunção: motora e sensorial. Porém, de acordo com a professora, a afasia ainda é desconhecida pela população. “As pessoas não conhecem a afasia. Muitas vezes, nem mesmo os próprios familiares sabem que o afásico pode se comunicar, não da mesma forma que antes, mas pode se comunicar”, diz.

Problemas sem danos progressivos, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), lesões cranianas e infecções cerebrais (encefalites), podem causar a afasia. No entanto, há casos em que ela se manifesta a partir de uma doença progressiva, como a demência ou um tumor em expansão, e pode apresentar agravamento. Segundo Érica, o AVC é a causa mais comum da disfunção. “Uma das melhores formas de prevenirmos a afasia seria através das campanhas de prevenção do Acidente Vascular Cerebral”, avalia.

A professora explica que não existem hoje, no Brasil, estudos relacionados à frequência dessa condição na população brasileira. “Temos alguns estudos norte-americanos, realizados a níveis estaduais. Sabemos que a população mais pobre apresenta uma maior predisposição, devido aos altos índices de tabagismo, alcoolismo, alimentação inadequada, estresse, isso tudo propicia o AVC e, consequentemente, a afasia”, alerta.

(Fonte: Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG)