Syl Triginelli une acessibilidade, luta antimanicomial e cultura do impresso em exposição no Centro Cultural
Aberta no Centro Cultural UFMG a exposição Do contra, da artista visual e arte-educadora mineira Syl Triginelli, reúne gravuras, xerografias, cadernos de anotações, livros de artista e obras digitais que dialogam com a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso. As obras poderão ser vistas até 29 de setembro. O evento é gratuito e tem classificação etária livre.
A exposição conta com diversas obras produzidas de 2020 a 2024, com suportes e técnicas diversas, que vão desde a gravura tradicional, como a litogravura e a serigrafia sobre papel, até xerografias, cadernos de anotações, livros de artista e obras digitais.
Todas as técnicas utilizadas por Syl Triginelli dialogam com a poética da reprodutibilidade de obras, remetendo a conceitos críticos e teóricos dentro da arte contemporânea, como a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso.
Alheia ao sistema
Do contra surge da série homônima com mais de 50 monotipias impressas em serigrafia de duas cores sobre papel, que são afixadas na parede com a técnica lambe-lambe. Sobre o título, Syl explica: “Sempre fui considerada alheia ao sistema, por esse motivo, vejo a arte como o campo do conhecimento que pode dar visibilidade às pessoas que, assim como eu, ‘tentaram escrever, mas fazem tudo ao contrário’.”
A mostra é a primeira individual da artista, que trabalha como arte-educadora no Centro Cultural UFMG. “Minha produção artística está diretamente ligada com a educação e a mediação, sendo uma das formas de tornar a arte fácil e acessível”, explica Syl.
Syl Triginelli usa os desdobramentos da gravura contemporânea como forma de expressão de seus sentimentos e experiências neurodiversas. Por meio de métodos alternativos de impressão e a reprodutibilidade incessante de imagens, seu trabalho é marcado pela crítica aos padrões sociais e às formas limitantes de aprendizado. Artista visual e arte-educadora, ela é estudante de graduação em Artes Visuais na Escola de Belas Artes da UFMG (EBA/UFMG). Entre algumas de exposições de que participou, destacam-se Chama: retornar ao futuro, O entrelace de memórias, Paredes pensantes e Gravura mineira.