Condições precárias de habitação não favorecem isolamento apenas dos grupos de risco
No segundo episódio da série 'Por que ficar em casa?', da Rádio UFMG Educativa, cientista político explica que distanciamento amplo é a única solução viável para salvar vidas
As condições precárias de habitação no Brasil jogam por terra o argumento de que é possível isolar apenas pessoas do grupo de risco, como os idosos, para conter o coronavírus. Cerca de 1,8 milhão de pessoas no país vivem em situação de coabitação, ou seja, moram com outras famílias, o que torna inviável o isolamento seletivo, ainda mais considerando que o país não conta com número suficiente de testes para mapear com precisão onde estão os infectados pelo vírus.
Esse é o tema do segundo episódio da série Por que ficar em casa?, com o cientista político da Universidade de São Paulo (USP) Eduardo Marques. O professor explica qual deve ser a responsabilidade do poder público em tempos de coronavírus diante das condições precárias de muitas famílias brasileiras.
A série Por que ficar em casa? terá nove episódios, em que nove cientistas de nove diferentes áreas apresentam as evidências que embasam as medidas de isolamento social como forma de contenção do coronavírus. No primeiro episódio, o infectologista Carlos Starling falou sobre o impacto da Covid-19 sobre o sistema de saúde brasileiro.
No terceiro episódio, que vai ao ar nesta quinta, 23, a professora da Escola de Enfermagem da UFMG Deborah Carvalho Malta expõe dados sobre a incidência de doenças crônicas entre os brasileiros, explicando mais um motivo para a necessidade de restrição da circulação de pessoas neste momento.
A série pode ser ouvida no rádio (frequência 104,5 FM), no Programa Conexões (das 9h às 12h), no site da emissora hospedado no Portal UFMG e pelo IGTV do perfil da emissora no Instagram.